Ansiedade Incontrolável

Burk Parsons
Burk Parsons

Ao escrever minha coluna deste mês eu apaguei o que eu tinha escrito comecei novamente, porque eu conversei com um dos meus amigos mais próximos, e sua esposa, grávida de seu segundo filho poderia estar passando por um aborto. Meu coração está profundamente triste por não saber o que o futuro reserva para eles. Enquanto escrevo, meu amigo e sua esposa estão no seu caminho para o consultório médico. Tendo experimentado o aborto do nosso primeiro filho há anos, minha esposa e eu podemos ter empatia com os nossos amigos. Aqueles que sofreram a perda de um filho ainda não-nascido sabem o medo e a ansiedade que eu estou falando. As palavras falham quando tentamos expressar a dor da perda. Como um homem, um amigo, um pastor, eu tenho algumas palavras de sabedoria para ele, enquanto ele procura confortar sua esposa, e enquanto ambos buscam o conforto na soberania do Senhor.

Como crentes, não questionamos a soberania de Deus – exatamente o oposto. Nós não nos preocupamos porque temos esquecido o princípio mais básico de teologia, ou seja, que Deus é Deus – soberano. Nós preocupamo-nos, sabendo demais. Sabendo que Ele é soberano, ainda em nossos reinos egoístas, freqüentemente esquecemos que é uma soberania eternamente graciosa para com aqueles reconciliados com Deus através de Cristo.

O Grito - de Edvard Munch
O Grito - de Edvard Munch

Como vivemos diante da face de Deus a cada dia com reais motivos para a ansiedade, podemos ter certeza de que sua soberania (não a nossa) – Seu controle (não o nosso) – Sua fidelidade (não a nossa) – é a nossa única esperança real neste mundo triste. Por que o que Ele cria Ele sustenta, aquilo que Ele é o autor Ele aperfeiçoa, o que Ele começa Ele termina. E se estamos confortavelmente entorpecidos por nossas ansiedades, ou se estamos em plena consciência delas, não é nem a aceitação, nem o controle, nem a racionalização delas que vai nos libertar de nossas auto-criadas, auto-controladas, auto-suficientes prisões de ansiedade.

Só seremos livres quando nos tornamos tão dependentes de Deus como os pássaros no ar que o nosso Pai celestial alimenta e cujas canções nos levantam os olhos ao céu, ao ouvi-los cantar: “Filho de Adão, não se preocupe com o amanhã, coloque seus cuidados sobre Ele, pois, se Ele cuida de mim, quanto mais ele se importará com você?

Tradução: Rafael Bello | ipródigo | Original aqui