Eu sou bom, inteligente e – sinto muito – as pessoas me amam

Mark Altrogge

É importante que nos sintamos bem sobre nós mesmos? É crucial para nosso sucesso ou bem-estar que tenhamos uma autoestima elevada?

Se é importante que nos sintamos bem sobre nós mesmos, então você imaginaria que a Bíblia nos diz e nos encoraja a procurar a autoestima, e fazer disso nossa meditação e oração. Mas, em nenhum lugar, a Bíblia diz que devemos buscar nos sentirmos felizes com nós mesmos.

A Bíblia realmente fala sobre alegria e felicidade. Entretanto, ela não diz que se origina em nós. A Bíblia focaliza a alegria no Senhor. Ela diz que em sua presença há plenitude de alegria. Alegria é um dom dele, e um resultado da salvação, um produto de conhecê-lo e servi-lo. Há alegria em adorá-lo e agradecê-lo. Mas, em lugar algum, a Bíblia diz que encontraremos alegria em nós mesmos.

A Escritura nos ordena a nos alegrarmos no Senhor – em tudo o que ele é e tem feito, não em nossas capacidades. Não a nós, não a nós, mas a teu nome daí glória. Jesus disse que, quando cumprirmos tudo que ele ordena, devemos dizer que somos servos inúteis, que somente fizemos o que ele ordenou. Como Deus, após a Criação, podemos olhar para o que fizemos e dizer que é bom, porém devemos agradecer a Deus por algum talento ou habilidade que ele nos deu para criar.

Quando o salmista se pergunta: “Por que estás abatida, ó minha alma”, ele não se enconraja a sentir-se bem sobre si mesmo. Não, ele diz: “Por que estás abatida, ó minha alma? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face”.

Quando Paulo descreve o segredo do contentamento que aprendeu, não é “eu aprendi como ser feliz comigo mesmo”. Ao invés disso, ele diz que “eu posso todas as coisas nAQUELE que me fortalece”. Paulo nunca diz que preciso continuar me sentindo melhor e melhor sobre mim, mas diz que quer conhecer a ELE e o poder de sua ressurreição.

Nós não devemos continuamente dizer a nós mesmos “eu sou bom, inteligente e, sinto muito, as pessoas me amam”. Eu mereço coisas boas. Sou uma pessoa ótima. No máximo, podemos dizer que somos grandes pecadores, mas temos um grande Salvador. Paulo se disse o pior dos pecadores – podemos falar de autoestima baixa – e, ainda assim, esse pecador era uma das pessoas mais felizes porque focava em Cristo e em sua misericórdia. Paulo não descansava em sua própria honra, mas na honra de Cristo.

Nem Paulo enfatizava morosamente em todos os seus pecados e falhas, a despeito de mencionar que se considerava o pior dos pecadores. Paulo descansava na misericórdia e graça de Cristo. Ele focava no fato de que, a despeito de seus pecados e falhas, Deus o justificou em Cristo, e portanto ele estava cheio de alegria.

Devemos fazer as perguntas certas

Se me sinto bem comigo mesmo não é nem mesmo uma questão bíblica. As perguntas bíblicas corretas são: Estou condenado por meus pecados ou aceito no Amado? Sou culpado ou justificado? Estou conformado ao velho homem – minha antiga natureza pecaminosa – ou estou sendo conformado à semelhança de Cristo? Você foi rejeitado por Deus ou aproximado dele por Jesus? Não estou grato pelo momento da minha vida em que Deus me pôs ou creio que ele está trabalhando em todas as coisas para o meu bem? Eu falho em ver e apreciar as misericórdias e bênçãos de Deus em minha vida ou agradeço por elas? Estou esperando em mim mesmo ou esperando no Senhor?

Na verdade, somos mais felizes quando não levamos a nós mesmos tanto em conta. Os momentos mais felizes da vida são aqueles em que nos envolvemos com outra pessoa – Deus. Nos envolvemos ao fazer alguma coisa como tocar um instrumento ou ler um livro ou pintar um quadro, e nem mesmo nos lembramos de nós mesmos. Quando nos envolvemos ao servir a Deus e aos outros.

Tiremos o nosso foco de nós mesmos hoje e foquemos em Cristo. Ele certamente fará com que nos sintamos bem sobre as coisas certas.