Pecadores nos braços de um Pai amoroso

Há quase 500 anos, Martinho Lutero iniciou um movimento que, entendemos, está vivo até hoje. Ao divulgar suas 95 teses contra os abusos da Igreja Católica, o monge alemão explodiu um desejo que já existia antes dele (com Jan Hus e John Wyclife, por exemplo) e que continua pelos séculos seguintes. Aquele ato explicitou a necessidade de Reforma na Igreja, um chamado para que os cristãos permaneçam ligados e submissos à Escritura, não presos a tradições e costumes humanos.

Muitos anos se passaram desde então, mas os herdeiros desse movimento se espalham por todos os lugares, divulando os princípios propostos pelos reformadores: somente a Escritura como regra de fé e prática, a salvação somente pela graça, por meio somente da fé, somente por Cristo – tudo somente para a Glória de Deus.

Esse blog é uma tentativa humilde de se envolver um pouco mais com as ideias propostas pela Reforma. Abraçamos esses cinco princípios, os Cinco Solas, e procuramos desenvolver nossas vidas em torno deles. Não apenas isso, mas queremos que crentes e incrédulos de todo mundo conheçam o amor gracioso do Pai.

O iPródigo tem esse nome para fazer referência à salvação pela graça, que não vem por obras humanas, por merecimento ou por indulgências. Na parábola do Filho Pródigo (Lucas 15) aprendemos sobre a história de dois filhos. No final, aquele que abandonou a casa e cometeu os pecados mais vis, volta arrependido de seus erros, e é recebido com festa e alegria por seu pai tão amoroso.

O irmão mais velho, indignado com o tratamento misericordioso, lembra ao patriarca que, diferente do pródigo, há anos ele está servindo naquele lugar, e nunca recebeu nenhuma recompensa. O pai carinhosamente o coloca no lugar: filhos não recebem bênçãos por merecimento, mas por que são amados – ele poderia pedir ao seu pai o que quisesse quando quisesse.

Aqui vemos onde se dividiram os cristãos da Europa. Uns se posicionaram como o irmão mais velho, tentando alcançar do Pai aquilo que seus serviços e obras deveriam merecer. Não é que eles pensassem que não eram amados, mas imaginavam que era necessário algo mais para receber mais ou para completar sua bondade ou mesmo pra apagar seus erros do passado. No entanto, outros perceberam corretamente que, como aconteceu com o pródigo, não há nada que possamos ou precisamos fazer para sermos aceitos  (ou mais aceitos) por Deus, apenas abraçá-lo confiantemente. Cristo fez o que era necessário, nos resgatou do castigo que merecíamos e nos trouxe para junto do Pai.

Estamos do lado do filho pródigo. Muitas vezes fomos tão falhos como ele, gastando os dons divinos com prostitutas e invejando os porcos. Não merecemos ser chamados de filhos. Mas somos chamados de filhos. Deus assim o quis e nós apenas queremos agradecê-lo e glorificá-lo por tanto amor.

Este blog é parte desse desejo. Esperamos que seja abençoador e você conheça um pouco mais do nosso Pai.

Em Cristo,

Filipe, Gustavo, Josaías e Rafael – antes perdidos, agora achados.