Triste fim de Lovecraft

Algumas semanas atrás, após gravar o prodcast sobre um dos meus escritores de ficção fantástica favoritos, conversei sobre o assunto com minha noiva. Expliquei quem era o Lovecraft, qual a importância do trabalho dele, li alguns trechos de histórias dele. Foi então que tivemos um trecho de conversa perturbador e agonizante.

Nas profundezas de seus sonhos, Howard Phillips Lovecraft encontrou, muitas vezes, material para disseminar o medo do escuro e do desconhecido. Muitas vezes escreveu descrições do que sonhara, tantas outras vezes apenas usou os elementos de seus pesadelos para desenvolver histórias assombrosas. Tristemente, alguns dos seus leitores, pela precisão das descrições de lugares reais e  exatidão com que se referia a antigas lendas, assumiram que havia algo de verdadeiro naquelas obras de ficção (mesmo que Lovecraft tenha escrito coisas como “Notas quanto a escrever ficção fantástica”) e acrescentaram ao seu panteão de medos e assombrações aquelas que Lovecraft, com maestria, inventou (ou narrou, ou copiou…). Assim, uma mera ficção se torna uma espécie de escuridão viva, rastejante, espalhando seu bolor nos assustados corações de leitores que confiam em suas próprias imaginações.

Terrivelmente, há algo muito, muito pior do que acreditar que aquela ficção é real.

O que incita o medo no coração do mais bravo leitor é pensar a respeito da realidade em que Lovecraft está hoje, e estará pelos séculos dos séculos. Não consta de nenhuma biografia ou nota de rodapé que ele tenha voltado atrás em suas decisões religiosas (o mesmo se identificava como agnóstico no começo e ateu, depois). Não há nenhum registro de que o grande escritor tenha conhecido, em vida, o grande Autor da Vida. Não tenho comigo um relato de seus últimos dias, e seria uma surpresa agradável descobrir que na última semana um amigo crente tenha pregado as boas novas de Jesus Cristo, e Lovecraft tenha se rendido aos pés da cruz. Mas não é o mais provável. A realidade provavelmente é muito pior do que isso.

O Senhor Jesus fala de um “inferno,  onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga” (Marcos 9.48) que é um lugar de trevas, onde há choro e ranger de dentes (Mateus 25.30 e várias outras passagens). A realidade descrita aqui, por não ser ficção, é muito mais aterrorizante. Salvo engano (puxa, como seria bom estar enganado aqui…),  Howard Phillips Lovecraft hoje vive uma realidade muito pior do que ele imaginava. Em suas histórias, o terror geralmente resultava em loucura e aniquilação. Em sua presente realidade, a loucura nunca passa, o verme não morre, a chama não apaga, e a aniquilação nunca chega.

A mesma triste realidade está reservada para todos os inimigos do Senhor, que não receberem de Cristo a salvação. Todos aqueles que, hoje, zombam de Cristo e de sua Igreja, caso não recebam a redenção, estão fadados a passarem a eternidade no pior pesadelo de Lovecraft. E em vez de um limitado e adormecido Cthulhu, o próprio Senhor dos Exércitos derrama sua ira sobre seus inimigos. Noite após noite após noite.

E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.  – Mateus 10:28

Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.  – Hebreus 10.31

Diferente das histórias lovecraftianas, para você, que está vivo e lendo esse pequeno texto, ainda há esperança.  O mesmo Deus que exige de nós santidade, retidão e justiça, cumpre a própria justiça que exige. Jesus Cristo, a segunda pessoa da trindade, o filho de Deus, nasceu entre nós como um de nós, viveu uma vida sem pecado e morreu uma morte perfeita para substituir seu povo. E ele não vira as costas a ninguém que, percebendo o juízo vindouro, busque se esconder nele.

 Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares. Inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis misericórdias prometidas a Davi. Eis que eu o dei por testemunho aos povos, como príncipe e governador dos povos. Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu correrá para junto de ti, por amor do SENHOR, teu Deus, e do Santo de Israel, porque este te glorificou. 

Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.  Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR,  porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos. 

Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.

Saireis com alegria e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas. Em lugar do espinheiro, crescerá o cipreste, e em lugar da sarça crescerá a murta; e será isto glória para o SENHOR e memorial eterno, que jamais será extinto.

Isaías 55