Da temida prateleira de revistas do supermercado aos anúncios pornográficos nas laterais das páginas enquanto surfamos na internet, todos estamos sujeitos a um bombardeio de imagens do corpo humano. 6 passos para um abdômen sarado ou perca centímetros da cintura dormindo são promessas constantes que nos tentam e nos levam ao descontentamento e à idolatria. E mesmo assim insistimos em não falar em nossas igrejas sobre como Deus quer que tratemos nossos corpos.
A obcessão de nossa cultura com o corpo humano é completamente errada? Afinal de contas, cremos em um Deus soberano que criou nossos corpos. E sabemos que Deus não se esquiva de mencionar a beleza física na Sua palavra. Davi, Bate-Seba, Saul e Raquel são apenas alguns dos personagens bíblicos que facilmente seriam capas de nossas revistas. A Bíblia nos diz que Ester era “bela, de boa aparência e formosura” (Ester 2.7). Deus também nos diz que “Não havia em todo o Israel homem tão celebrado por sua beleza como Absalão; da planta do pé ao alto da cabeça, não havia nele defeito algum” (2 Samuel 14.25).
Portanto, parece que Deus também dá atenção à forma física. Não podemos virar gnósticos pós-modernos e abominar o que é físico. Então o que os cristãos devem fazer? Como devemos pensar sobre exercícios e aparência?
Exercícios e a Maldição
Algumas pessoas desejam maldizer tudo e todos quando ouvem a palavra exercício, mas frequentemente esquecem o efeito da maldição no exercício. Sabemos que Deus amaldiçoou nosso trabalho depois da Queda, mas normalmente associamos essa maldição à frustração: impressoras sem tinta, engarrafamentos no trânsito, colegas insuportáveis…
Entretanto, normalmente não associamos a maldição do nosso trabalho ao ar-condicionado no escritório, ao estagiário levando papel para tudo quanto é lado ou ao cafezinho nos momentos de pausa. Nossos corpos foram projetados para o labor e o trabalho, mas nossos trabalhos, às vezes, não são tão fatigantes. Não me entenda errado, essas coisas são graças prazerosas dadas pelo Senhor. Todavia, poucos de nós realmente gastamos a energia que fomos criados para gastar. Atualmente vemos essa maldição em nossas dores nas costas e nas juntas, muito mais causadas por atrofia do que por esforço físico. Nossas profissões modernas deixaram de ter o aspecto físico que era muito mais presente antigamente. Precisamos remanejar tal esforço na forma de atividades físicas.
Ocupação e Prioridades
Sabemos que temos de nos exercitar, mas como achamos tempo para isso? Estamos levando as crianças pra aulas de inglês, esportes e música, estamos trabalhando mais de 50 horas por semana e estamos trabalhando na igreja – não temos tempo ou energia pra isso.
Precisamos conhecer nossas prioridades. Não deixe leitura da palavra e a oração de lado. Não deixe sua família de lado. E não deixe a igreja de lado. Porém, o esforço físico também é um chamado bíblico (Gênesis 2.15, 2 Tessalonicenses 3.6-12). Abra espaço na sua agenda. Ponha exercícios físicos no seu calendário e se planeje para cumprir todos eles. Mate dois coelhos com uma cajadada só sendo ativo com sua família e amigos, ouvindo sermões enquanto corre ou orando pelos outros enquanto caminha ao redor do quarteirão. Você pode realizar diversas de suas prioridades sem precisar de um tempo extra.
Aqui esta mais um incentivo: Deus, na sua infinita sabedoria, deu corpos em pleno funcionamento para uns, mas não para outros. Algumas pessoas nunca sairão de uma cadeira de rodas e adorariam poder realizar exercícios físicos. Veja seus braços e pernas como frutos da graça de Deus e alegremente os use. Enquanto você corre o próximo quilometro (ou levanta mais uma vez o peso na academia), agradeça a Deus pelos diversos músculos trabalhando em sintonia para impulsionar seus movimentos. Alegre-se no Criador do corpo humano e admire Suas obras.
Prioridade, não Profissão
Devemos ter cuidado, entretanto, com nosso coração idólatra. Não há nada necessariamente pecaminoso em treinar para uma maratona ou malhar por algumas horas na academia, mas você deve olhar seu coração com discernimento. Deus nos chamou para cuidarmos de nossos corpos, mas temos de vigiar para que mordomia não se torne adoração. Se seu dia é um fracasso se você não vai malhar, provavelmente você deve pedir ao Senhor para cuidar do seu coração idólatra. Se sua fonte de felicidade é qualquer outra coisa e não Jesus, essa fonte irá te decepcionar.
Há muitos mais a ser discutido nesse assunto, mas aqui estão 10 considerações finais para você começar a pensar na organização de suas prioridades:
- Em relação a resultados, pense internamente – um coração saudável é melhor que um abdômen definido.
- Pense no exercício físico como um modo de combater, literalmente, o pecado da preguiça.
- Cristãos são chamados a serem disciplinados e exercícios físicos são uma forma de praticar disciplina
- Esse “trabalho” irá, em algum momento, se tornar um tédio, assim como seu trabalho ocasionalmente é.
- Esse investimento o prevenirá de se tornar uma pessoa dependente física e financeiramente no futuro.
- Aptidão física o ajuda a servir aos outros.
- Seu corpo é casa do Espírito Santo.
- Inatividade física é, muitas vezes, pecado.
- Você se sentirá melhor.
- Cristãos, não importa como é a aparência de seu corpo, Jesus já o redimiu e logo você terá um glorificado.
Traduzido por Luis Felipe Heringer | iProdigo.com | Original aqui