Recentemente, a guerra civil na Síria e a possível intervenção militar americana vêm ocupando muito espaço nas manchetes. Tanto em notícias nacionais quanto internacionais, toda a atenção está voltada ao pedido do presidente Barack Obama para o Congresso aprovar uma ação militar em resposta ao ataque com armas químicas que ocorreu no dia 21 de agosto. O número de mortes desde esse ataque específico é estimado em centenas, possivelmente até 1400, mas o total de vítimas da guerra civil ao longo de dois anos é de cerca de 100.000.
Como nós, cristãos, pensamos e respondemos a este tipo de mal e sofrimento humano? Vamos ser honestos – é difícil processar algo assim de uma maneira cristã, não é? Acho que é fácil alternar entre duas respostas fáceis, porém inúteis. Para os norte-americanos, é fácil ter uma reação político-partidária e simplesmente “seguir a linha do partido”, apoiando quem você votou. Ou é fácil simplesmente ignorar a situação, enquanto não afetá-lo pessoalmente. Essas são maneiras fáceis de processar – mas em última instância não lidarão com as realidades da vida em um mundo caído, vida que inclui coisas como guerras civis e ataques com gás sarin. Deixe-me sugerir quatro “lentes” cristãs através das quais podemos pensar nessa situação.
O problema principal é a pecaminosidade humana. Sem uma cosmovisão que inclua Deus, penamos para explicar como os seres humanos fazem coisas tão horríveis como lançar gás contra outros. É falta de educação? É pobreza? É raiva contra injustiça e opressão? Não, não em última instância. Em Gênesis 3, Adão e Eva se rebelaram contra Deus, em Gênesis 4, o sangue da primeira vítima de assassinato manchou a terra. Cada lágrima de tristeza, cada crime, cada guerra da história da humanidade pode ser rastreada até a nossa rebelião contra Deus. Dizendo-nos sábios, tornamo-nos loucos. Odiando a Deus em nossos corações, nós odiamos uns aos outros como consequência (Tito 3.3). Sim, em uma situação como a da Síria há várias camadas de injustiças e erros cometidos por ambos os lados. Mas debaixo de todo o problema está a efervescente inimizade entre Deus e o homem. As guerras civis vêm da pecaminosidade humana.
Os governos têm um papel importante na contenção dos efeitos do pecado. Com tantas notícias desanimadoras, nos tornamos cínicos em relação a qualquer governo. Mas nós, como cristãos, não podemos ceder a essa tentação. Romanos 13 e 1 Pedro 2.13-17 deixam claro que uma maneira que Deus restringe o mal humano é através da dádiva do governo. Embora eu não alegue saber qual é a solução política correta para um problema como o da Síria (e em um mundo caído frequentemente não há boas soluções, apenas a solução “menos pior”), é certo que o presidente Obama e outros líderes do mundo tentarão resolver a situação. Dito isto…
Somente o Rei Jesus pode trazer a verdadeira paz. Até que o Senhor retorne, haverá guerras e rumores de guerras. Os governos conseguem conter a pecaminosidade humana, não erradicá-la. Apenas a segunda vinda do nosso Rei pode finalmente lidar com o problema do pecado. Naquele dia, a justiça será feita. Naquele dia, a paz finalmente chegará. Os pecados de cada ser humano, grandes e pequenos, ou serão cobertos pelo sangue de Cristo, ou cobrados dos humanos que os cometeram. Não há soluções utópicas para os nossos problemas neste mundo, e nós, de todas as pessoas, devemos ver através de reivindicações rasas de falsos redentores.
Assim, os cristãos devem orar. Temos acesso a um governante que realmente pode realizar seus propósitos! Orem pela paz na Síria, mesmo que a paz humana seja limitada. Ore a Deus para salvar os homens e mulheres através deste sofrimento. Ore por nossos irmãos e irmãs na Síria. E ore com esses irmãos e irmãs: vem Senhor Jesus!