Alguma vez você já sentiu uma profunda noção de sua insignificância? Você já teve um daqueles momentos em você se pergunta desesperadamente por que Deus permitiu-lhe continuar com as bênçãos e responsabilidades que Ele te deu? Você já pensou que talvez não seja capaz de prosseguir, que as pessoas que você ama merecem mais, e que Deus merece mais de uma testemunha do seu nome?
Jesus chamou isso de “pobres de espírito”. Meu pastor está pregando em Mateus e nós chegamos ao Sermão do Monte. Ontem, ele pregou sobre as três primeiras bem-aventuranças. Bem-aventurança realmente não é uma palavra que usamos em uma conversa normal. Nós usamos muito o termo abençoado, mas, geralmente, não da mesma maneira como Jesus o faz em seu sermão. Eu acho que é uma bênção ter uma família saudável e amar a Deus com tudo que ele me deu.
Essas bênçãos me sobrecarregam às vezes porque eu sou muito carente. Penso nas minhas queridas bênçãos, meus “próximos” mais próximos: minha família. Eu simplesmente não os amo tanto quanto eu gostaria: embora eu seja encorajada a reconhecer que Cristo me amou profundamente e que ele abençoa os meus esforços quando busco compartilhar esse amor com os outros, também sou ciente de que não consigo viver em conformidade com isso.
Esta é a maior bênção. Estamos todos no mesmo barco. Não alcançamos o padrão da justiça de Deus por nós mesmos e assim não amamos como deveríamos. Nós nem sequer apreciamos nossas bênçãos o suficiente. Subestimamos o que Deus nos dá. E ainda olhamos para nossas bênçãos buscando satisfação. O reconhecimento da nossa falência, aqui, é a maior bênção.
O mundo promove a autoestima. Autoestima não é uma bênção, é uma farsa. Meu pastor explicou que ser abençoado é ser ricamente satisfeito por conhecer o Rei. Estas bem-aventuranças, explicando a bênção suprema, nos mostram as marcas dos que são do reino de Deus. Autoestima promove a autoconfiança, a felicidade ocasional e a ilusão de controle. As três primeiras bem-aventuranças ensinam uma verdade posicional para aqueles que são necessitados, tristes e submissos.
Isso é um conforto. Quando eu estou triste, quando sinto minha depravação e me sinto inadequada, quando sinto o abismo entre minha fé e meus atos, quando desejo que eu fosse mais maleável para o que quer que Deus me ordenasse, sou abençoada por saber que alguém viveu uma vida que incorpora essas bem-aventuranças: Jesus Cristo. Meu pastor deixou claro que nós não entramos no reino porque cumprirmos essas coisas.
E, ainda assim, eu sou abençoada.
Pastor VanDelden garantiu-nos que entramos no reino por confiarmos no cidadão perfeito. “Eis o Rei em sua Palavra”. Precisamos do rei por sermos pobres de espírito. Nós amamos o Rei e, por isso, lamentamos tê-lo ofendido. Nos submetemos ao rei e, por isso, nos submetemos à Palavra de Deus em mansidão.
Não, eu não sou suficientemente pobre em espírito, eu não choro como eu deveria e tenho muito a crescer em mansidão. Nosso Rei Jesus viveu a vida de um homem que encarna esses atributos. Mas, como cidadãos do seu reino, vamos ser transformados à semelhança do nosso Rei. Estas bem-aventuranças descrevem como um cidadão do céu será reconhecido. E isso é bonito.
Compramos uma mensagem confusa da sociedade sobre a beleza verdadeira. Mas não há beleza sem verdade. Por enquanto, bonito é contemplar o Rei em sua Palavra. Bonito é viver de acordo com sua Palavra. Mas que bênção será contemplar a abençoada visão, quando veremos Cristo em sua glória revelada: a bênção suprema.