Ninguém começa um ministério pensando em manter o status quo. Todo pastor evangélico, e de forma parecida, todo recém convertido entusiasmado, quer ver conversões, crescimento espiritual e reforma bíblica aonde for necessário. Mas o zelo juvenil se esvai. A vida passa. Pastores se cansam. Congregações inteiras voltam a velhos costumes.
Uma explicação, por Richard Lovelace:
Pastores gradativamente se conformam e perdem o interesse em serem agentes de mudança na igreja. Uma conspiração inconsciente se instala entre seu ser e a congregação. Torna-se entendimento tácito que a igreja dará honra especial aos pastores ao exercer seu ministério, se os pastores concordarem em deixar em paz o estilo de vida pré-cristão da congregação e não se interessar em mobilizar o uso dos dons em prol da obra do Reino. É permitido aos pastores serem estrelas ministeriais. Seu orgulho é alimentado e é permitido às suas congregações permanecerem como um rebanho em que cada um alegremente se vira para seu próprio caminho. (Citado em C. John Miller, Outgrowing the Ingrown Church, p. 19).
O resultado desse arranjo, continua Miller, é “a igreja como um conforto religioso”. O corpo de Cristo deixa de ser um organismo saudável que respira, vive, e cresce, e se torna um clube aonde as pessoas vão para se consolar, uma sociedade de incentivo mútuo, nada além de um conforto em relação às dores da vida. Miller explica:
O conforto religioso pode tomar várias formas. Na sua variedade liberal, seu objetivo principal é confortar a classe média com uma visão de que Deus é bom demais para mandar pessoas boas como eles mesmos para o inferno. Na forma sacerdotal, a idéia é tranqüilizar a pessoa que carregada de culpa com o calor religioso de sua liturgia. Entre os conservadores, a missão principal é quase sempre funcionar como um posto de abastecimento da pregação, onde cristãos se reúnem para ouvir o evangelho pregado para não convertidos, para ouvirem que os liberais estão errados acerca de Deus e do inferno, e renovar o senso individual de bem estar ser a necessidade de um sério encontro com o Deus vivo (p. 26)
Como a igreja pode evitar ser nada além de um conforto religioso? Boa pregação. Liderança forte. Arrependimento sincero. Vida de oração. Integridade bíblica. Tudo isso é essencial. E dentro e no meio de tudo isso deve haver a consciência do pecado e o regozijo no Salvador.
Essa consciência do pecado, me apresso em acrescentar, é a respeito dos nossos próprios pecados, não dos outros. Como pregador expositivo, eu prego o texto que está na minha frente (eu espero). Mas sempre há certa liberdade ao aplicar o texto. É assim que o pregador pode deixar a igreja catatônica ou conformada. A tentação sutil, mas forte, para todo pregador é de pregar sobre os pecados dos outros. E então nossos sermões atacam os emergentes, o homossexualismo ou o Richard Dawkins. Se formos de um grupo diferente, vamos atacar aqueles que aparentam não serem tão receptivos, tão dogmáticos ou tão preocupados com tudo aquilo da frase anterior. De qualquer forma, nós atacamos pecados com os quais poucas pessoas em nossa própria igreja convivem e a maioria despreza. Conseqüentemente, o pregador soa profético, as pessoas gostam da paixão em sua pregação, e todos se sentem bem com a vida e prontos para enfrentar mais uma semana. Conforto religioso.
O pecado que devemos ouvir a respeito é majoritariamente o nosso. Assim como a iniqüidade que eu mais devo desprezar é a minha.
Junto com uma consciência convicta do pecado que permeia a igreja, a pregação e a liderança, deve haver uma exuberante alegria no Salvador. Cristo deve ser visto em sua glória, o que significa que devemos vê-lo como o vicário crucificado, não simplesmente como um caro amigo, um bom exemplo, ou um revolucionário. Devemos sentir em nossas igrejas o fedor do pecado subindo alto, e o aroma de Cristo subindo aos céus como oferta aceitável perante o Pai.
Pecado e salvação – consciência do nosso pecado e regozijo em nosso Salvador – são duas condições necessárias para um renovo espiritual. Sem um ódio real pelos nossos pecados reais, incluindo o de agradar as pessoas do pastor e o conformismo da congregação (e a conspiração velada entre os dois), e um amor real por nosso realmente ressuscitado Senhor, transformaremos a igreja de forte pilar em travesseiros fofinhos.
Ninguém começa um ministério pensando em manter o status quo. Todo pastor evangélico, e de forma parecida, todo recém convertido entusiasmado, quer ver conversões, crescimento espiritual e reforma bíblica aonde for necessário. Mas o zelo juvenil se esvai. A vida passa. Pastores se cansam. Congregações inteiras voltam a velhos costumes.
Uma explicação, por Richard Lovelace:
Pastores gradativamente se conformam e perdem o interesse em serem agentes de mudança na igreja. Uma conspiração inconsciente se instala entre seu ser e a congregação. Torna-se entendimento tácito que a igreja dará honra especial aos pastores ao exercer seu ministério, se os pastores concordarem em deixar em paz o estilo de vida pré-cristão da congregação e não se interessar em mobilizar o uso dos dons em prol da obra do Reino. É permitido aos pastores serem estrelas ministeriais. Seu orgulho é alimentado e é permitido às suas congregações permanecerem como um rebanho em que cada um alegremente se vira para seu próprio caminho. (Citado em C. John Miller, Outgrowing the Ingrown Church, p. 19).
O resultado desse arranjo, continua Miller, é “a igreja como um conforto religioso”. O corpo de Cristo deixa de ser um organismo saudável que respira, vive, e cresce, e se torna um clube aonde as pessoas vão para se consolar, uma sociedade de incentivo mútuo, nada além de um conforto em relação às dores da vida. Miller explica:
O conforto religioso pode tomar várias formas. Na sua variedade liberal, seu objetivo principal é confortar a classe média com uma visão de que Deus é bom demais para mandar pessoas boas como eles mesmos para o inferno. Na forma sacerdotal, a idéia é tranqüilizar a pessoa que carregada de culpa com o calor religioso de sua liturgia. Entre os conservadores, a missão principal é quase sempre funcionar como um posto de abastecimento da pregação, onde cristãos se reúnem para ouvir o evangelho pregado para não convertidos, para ouvirem que os liberais estão errados acerca de Deus e do inferno, e renovar o senso individual de bem estar ser a necessidade de um sério encontro com o Deus vivo (p. 26)
Como a igreja pode evitar ser nada além de um conforto religioso? Boa pregação. Liderança forte. Arrependimento sincero. Vida de oração. Integridade bíblica. Tudo isso é essencial. E dentro e no meio de tudo isso deve haver a consciência do pecado e o regozijo no Salvador.
Essa consciência do pecado, me apresso em acrescentar, é a respeito dos nossos próprios pecados, não dos outros. Como pregador expositivo, eu prego o texto que está na minha frente (eu espero). Mas sempre há certa liberdade ao aplicar o texto. É assim que o pregador pode deixar a igreja catatônica ou conformada. A tentação sutil, mas forte, para todo pregador é de pregar sobre os pecados dos outros. E então nossos sermões atacam os emergentes, o homossexualismo ou o Richard Dawkins. Se formos de um grupo diferente, vamos atacar aqueles que aparentam não serem tão receptivos, tão dogmáticos ou tão preocupados com tudo aquilo da frase anterior. De qualquer forma, nós atacamos pecados com os quais poucas pessoas em nossa própria igreja convivem e a maioria despreza. Conseqüentemente, o pregador soa profético, as pessoas gostam da paixão em sua pregação, e todos se sentem bem com a vida e prontos para enfrentar mais uma semana. Conforto religioso.
O pecado que devemos ouvir a respeito é majoritariamente o nosso. Assim como a iniqüidade que eu mais devo desprezar é a minha.
Junto com uma consciência convicta do pecado que permeia a igreja, a pregação e a liderança, deve haver uma exuberante alegria no Salvador. Cristo deve ser visto em sua glória, o que significa que devemos vê-lo como o vicário crucificado, não simplesmente como um caro amigo, um bom exemplo, ou um revolucionário. Devemos sentir em nossas igrejas o fedor do pecado subindo alto, e o aroma de Cristo subindo aos céus como oferta aceitável perante o Pai.
Pecado e salvação – consciência do nosso pecado e regozijo em nosso Salvador – são duas condições necessárias para um renovo espiritual. Sem um ódio real pelos nossos pecados reais, incluindo o de agradar as pessoas do pastor e o conformismo da congregação (e a conspiração velada entre os dois), e um amor real por nosso realmente ressuscitado Senhor, transformaremos a igreja de forte pilar em travesseiros fofinhos.