Quantas vezes você já ficou “preso” em uma conversa com alguém no domingo de manhã e percebeu que estava pensando na pessoa que você precisava conversar “lá”? Nossas mentes começam a vaguear e nossos olhos vão pelo mesmo caminho. Conheço os pensamentos: “preciso me encontrar com aquele homem lá nessa manhã”, “se ela for embora antes de eu conseguir encorajá-la, uma oportunidade será perdida”, “ninguém está conversando com aquele visitante, preciso ir até lá”. Quando nos damos conta, a pessoa diante de nós e o ministério que o Senhor nos deu naquele momento estão perdidos.
O seminário que frequentei tinha um capelão. Um comentário que foi feito sobre ele sempre ficou comigo. Foi um comentário despretensioso, mas ele tem muitas vezes servido como uma repreensão gentil e um convincente encorajamento para mim. Foi um de meus professores que fez o comentário. Ele recorda de um dia, quando estava conversando com o capelão, e o presidente do seminário entrou na sala. Esse presidente era e é uma pessoa carismática e tempestuosa. Quando ele entra em uma sala, sua atenção é voltada para ele. E o professor recorda como o presidente se aproximou deles, mas os olhos do capelão não se desviaram do professor nem por um momento. O presidente do seminário ficou esperando o fim da conversa, e somente depois que o capelão havia encerrado completamente a conversa com o professor, ele se voltou para o presidente. Não foi um ato de grosseria ou poder que levou o capelão a deixar o presidente esperando. Foi um ato de amor e verdadeira humildade. Ao recontar essa história, o professor disse: “quando o capelão está com você, é como se você fosse a pessoa mais importante do mundo”. O professor era o campo do ministério naquele momento. O Senhor os levou a estarem juntos e ele seria fiel naquele momento.
Imagino quantas vezes perdemos o ministério diante de nós para o ministério “lá”? Quantas vezes negligenciamos a oportunidade que temos agora, porque pensamos que há algo mais importante que precisamos fazer do outro lado da sala, no escritório, ou em nosso telefone que está tocando? E mais importante, imagino quantas vezes magoamos nossos irmãos e irmãs em Cristo ou nossas testemunhas do amor de Deus, tratando outros como insignificantes ou pessoas que não merecem nossa atenção?
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O ministério mais importante que fazemos como cristãos acontece “no momento”. E esse momento em geral não é planejado, previsto ou percebido. Reflita sobre sua vida cristã. Se eu te perguntasse: “Quais foram os momentos mais importantes de encorajamento, conselho, palavras de alguma outra pessoa que você recebeu durante o ministério? Que momentos moldaram sua busca por Cristo e o ministério para os outros?” A maioria de nós apontaria para momentos “insignificantes”: um momento quando alguém oferece uma ou duas frases curtas – como meu professor sobre esse capelão. Ou então não é nem mesmo o que eles disseram, mas a maneira como eles ouviram – como o modo que aquele capelão influenciou esse professor. Ele apenas mostrou a ele amor e graça. Um amor de Cristo, que está disposto a tratar o aparentemente insignificante como um filho de Deus.