Introdução a vários machos ex-virgens

Joffre, o Gigante, e sua família

Nota do tradutor:

Este texto é traduzido do blog Joffre The Giant: excursões na virilidade cristã. Para ler o texto original, clique aqui. Tentei preservar o tom e o formato do post original, por mais que algumas coisas possam parecer estranhas. O post é o início de uma série, mas não garanto que os demais serão traduzidos. Divirtam-se com a leitura!

Nota do iPródigo: 

Joffre é um irmão que mora na cidade de Greenville e gosta de escrever especialmente sobre virilidade cristã. Ele é filho de pai brasileiro, com mãe americana, conhece vários pastores brasileiros e mede mais de 2 metros. Essa série, que chamaremos de Gigantes Castos é bem diferente de tudo o que publicamos no iPródigo. Talvez você leia algumas expressões que não está acostumado a ver na nossa página, mas também não é nada muito chocante. Por isso mesmo, achamos bastante proveitoso para pastores, líderes e jovens cristãos que leiam as histórias que publicaremos a partir de hoje. Temos certeza de que será de grande proveito para a igreja brasileira.

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Nessa semana O Gigante apresenta vários posts visitantes sobre um tópico próximo e querido a mim: a doce virgindade.

Ok, bem, talvez não doce virgindade. Os posts são sobre a virgindade masculina até o casamento.

Há um oceano de artigos, histórias, e opiniões sobre o comportamento sexual americano que poderíamos explorar juntos. Estas obras são amplamente desconfiáveis, dada a natureza do sujeito, os preconceitos dos sociólogos, e a direta loucura da qual alguém nunca está longe (Alfred Kinsey preferia se masturbar inserindo uma escova de dentes em sua uretra; esta era a menor de suas perversões, e contudo ele era considerado a palavra definitiva sobre o comportamento sexual americano). Ainda, muitas modas e tendências são óbvias mesmo para aqueles de nós que somente usam a escova de dente para escovar dentes.

Muitos, muitos americanos fazem sexo antes de se casar (já vi números tão altos quanto 95%), e a maioria deles não com a pessoa com quem acaba se casando. Não vou linkar nenhuma dessas estatísticas. Como eu disse, sou muito cético a respeito delas, mas são fáceis de achar online, e mesmo se não forem fatualmente precisas, contam uma história correta.

Assim a maioria das pessoas faz sexo antes de casar, o que nos é ensinado como natural e saudável. Ouvimos falar da existência de estranhas pessoas que estão fora deste padrão de comportamento normal, e levantamos as sobrancelhas mas afirmamos seu direito à alternatividade saudável; criaturas estranhas tais como assexuais e não-sexuais que preferem não fazer, ou nunca fazer sexo, mas são distintas dos vigens. Estranho, talvez, incomum, mas uma vez que afirmam não ter os apetites que o resto de nós tem, como podemos esperar que eles necessitem se satisfazer?

A verdadeira perversão é evidente em pessoas que afirmam ter apetites sexuais, mas esperam um período de tempo prejudicial à saúde, até que estejam crescidos e casados.

Em uma divertida distorçãozinha no início desta idéia está um toque de misoginia. Dizemos que é prejudicial à saúde suprimir demais nossa direção sexual, e incluímos mulheres nessa declaração. Afinal nós, diferente daqueles estúpidos Vitorianos, sabemos que as mulheres têm apetites sexuais robustos. Contudo, se ouvirmos uma mulher afirmar que era virgem até o casamento, podemos sentir um toque de condescendência e pena, mas acreditaremos nela. Nós não acreditamos nos homens quando fazem a mesma afirmação.

Eu era virgem quando casei aos 22 anos. Quando as pessoas ouvem isso, ficam absolutamente devastadas. Sério. Ficam estupefatas; olham como se não pudessem acreditar. Algumas declararam francamente que não acreditam em mim. A única forma que eu posso encontrar para explicar isso é que eu sou um homem belo e saudável, livre de qualquer deficiência social incapacitante. Muitas pessoas firmemente acreditam que a única maneira de um homem chegar à vida adulta sem ter tido relações sexuais seja se isso tiver acontecido contra a sua vontade.

Esta é a visão dominante do desenvolvimento sexual do jovem macho americano: uma obsessão singular na cabeça com acasalamento cresce a cada momento pós-puberdade que passa, até que o sujeito esteja em agonia, uma agonia que só pode ser aliviada quando o macho encontra uma fêmea para acasalar. Incontáveis filmes estúpidos testificam o ponto.

Isso sempre me ofendeu. Faz os homens parecerem animais. Tristemente, quanto mais retratamos os homens como animais, mais eles se comportam como tais.

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Não digo que eu era absolutamente “puro” antes de casar. Envolvi-me em situações que em um contexto cultural diferente teriam me colocado em sérios problemas, independentemente de eu ser “tecnicamente” virgem ou não. E eu não fico ligado no ser virgem. O que me deixa chateado é a descrença e condescendência que acompanha as reivindicações de homens cristãos afirmando ser virgens. E isto é porque eu estava longe de ser único. Minha esposa e eu nos conhecemos em uma união de estudantes cristãos na faculdade. Eu conheci muitos caras que eram virgens, outros que não eram virgens, mas celibatários, e conheci outros que quase certamente não estavam “virginando”, se me permitem o termo.

O ponto é, cresci em um ambiente no qual não era maluco um cara escolher ser virgem. E eu não cresci como um ermitão ou um fundamentalista que só crê na versão King James da Bíblia. Nem cresci na primeira igreja Batista “da moda” ou na Megaigreja 3000.

Quando pensei em fazer esta série de posts de visitantes, considerei convidar alguns caras que cumprissem esses critérios para contribuir:

• Cristão
• Casado
• Cara legal (para ser livre do argumento “ele não conseguiria transar se tentasse”)
• Que tenha sido virgem até o casamento (obviamente)
• Bom escritor
• Que tenha uma perspectiva diferente dos outros blogueiros

Acredite ou não, eu não saí por aí perguntando aos meus amigos e conhecidos se eram virgens quando casaram. Se um amigo meu tivesse passado um período, vamos dizer, como ator e viciado em drogas (eu não sei o que é pior), eu presumo que não seria virgem. Então leve isso em consideração. Mas eu apenas perguntei a meia dúzia de caras que eu conhecia e que eu pensava serem bons escritores, e somente um respondeu que “não estava qualificado”.

Não há nada científico sobre isso. Estou apenas ilustrando que há comunidades inteiras por aí onde ser um jovem macho virgem é bem normal. Estas não são seitinhas malucas, apenas culturas cristãs cheias de pessoas que estudam engenharia civil, ou jogam futebol ou escutam Neutral Milk Hotel ou amam história ou assistem muita TV. Não estou surpreso com a lista de homens que eram virgens até casarem.

Alguns dos meus amigos cristãos cresceram na igreja e desejavam loucamente sair de lá. Eles odiavam a noção de que como jovens eles não deveriam fazer sexo, ou que o preço que teriam de pagar seria muito alto. Mas a verdade é, àquela época, estes caras odiavam a Jesus. Eles não queriam nada com Jesus e Sua Igreja, mas estavam com medo de sair, então ficaram cheios de ressentimento. Quando eu estava no ensino médio, conheci muitos caras assim. O que era normal para mim, entretanto, era sair com uma galera de virgens que esperavam permanecer virgens até casar, e enquanto isso tenha sido uma luta, só os fez desejar o casamento, e não ficar ressentidos com a situação.

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Hoje tive uma conversa com minha esposa que está tangencialmente conectada com tudo isso.

Eu: “Somos chegados”

Esposa: “Não me chame de çhegado’. Nós não somos chegados. Somos …”

Eu: “Amantes?” *movimento sugestivo com as sobrancelhas*

Esposa: “Não! ‘Amantes’ não é suficiente! Somos marido e mulher.”

Está correta. Você perceberá, se escolher ler os posts visitantes ao longo desta semana, que a intimidade é uma grande parte do que está sendo discutido. Não é apenas um tipo de “Garotas malvadas” na versão popular cristã, com atuação de Mandy Moore, que acredita que o sexo pré-marital pode tornar a intimidade mais difícil no casamento. É também caras com barbas e camisetas xadrez.

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Espero que ninguém fique ofendido por razões erradas durante esta série. Quero dizer, não me importo se você ficar ofendido, mas não fique ofendido porque você ou alguém que você ama não é mais virgem. O amor cobre uma multidão de pecados. Eu não ligo se você não é mais virgem; eu quero saber é se você é fiel a Jesus. E não vou escrever uma quantidade inumerável de posts para preservar os sentimentos de todo mundo. Estamos falando sobre esta coisa aqui. Coloque os seus “e se?”s, mas não fique chateado com isso.

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Abaixo estão as perguntas que eu fiz a esses caras, e eu espero que você ache suas respostas interessantes. Espere uma ou duas por dia durante o resto da semana.

  • Você era virgem quando casou. Qual era sua idade no período?
  • Se um homem [cristão] não é virgem quando casa, o que há de grande nisso?
  • Notei que pessoas têm dificuldade em acreditar que um jovem possa permanecer virgem por escolha. Ou seja, o sexo é impossível de resistir por qualquer período de tempo. Tenho certeza que foi difícil, mas quão difícil foi na realidade? Que tipo de luta foi essa?
  • Você deve ter algum tipo de fraqueza. Assim também os outros caras do “espere até o casamento”. O que você diz sobre isso?
  • Que bem fez a você permanecer virgem até o casamento para você?
  • Se você ainda não respondeu esta pergunta, como diria que isso impactou o seu casamento e a sua vida sexual?

Aí está. Espero que isso seja teologicamente, sociologicamente, e fenomenologicamente interessante. E sim, eu sei que a sentença anterior soou meio idiota. Aproveite os posts. Se você quiser enviar um feedback sem usar o formulário de comentário, mande e-mail aqui.

Traduzido e gentilmente cedido por Allen Porto (visite o blog dele!) | iPródigo.com | original aqui