Semana passada, deparei-me com um post de um blog, intitulado “Eu não quero mais esperar”, escrito por uma jovem do Reino Unido. No post, ela articulou precisamente muitos dos sentimentos que eu tinha quando era uma mulher solteira chegando aos 30.
Sua premissa principal é que a ênfase em “esperar”, sexualmente e de outras formas, por um futuro cônjuge – uma visão que conseguimos com “Quem Ama, Espera” e outras campanhas – promove uma visão errônea de Deus.
Essencialmente, esta visão te ensina que, se você esperar da maneira correta, Deus te recompensará com um cônjuge. Mas o que acontece quando Deus não cumpre Sua parte da barganha?
Há um monte de garotas que não sabe mais quem é Deus – o Deus dos seus anos de mocidade simplesmente não está funcionando. Naquela época, este Deus disse para esperar pelo sexo após o casamento, até que Ele traga o homem certo como marido. Elas assinaram um cartão, colocaram no altar e prometeram esperar…
Algumas delas vêm orando a vida inteira por um marido, e ele não apareceu. Elas ouviram o conselho de “ser a mulher que Deus te fez ser, focar isso e, então, o marido virá”. Elas leram “À Espera do Amado”, tornaram-se super-envolvidas com a igreja aperfeiçoaram suas habilidades domésticas.
E, ainda assim, elas esperam.
Esta fui eu. E eu conheço muitas mulheres cristãs solteiras (e homens) que se encontram nessa situação neste momento. Eles fizeram tudo “certo”, mas continuam solteiros enquanto desejam casar-se. Eles podem até achar que querem tanto casar-se que é isso que os mantém solteiros.
“Você está certo, Deus”, eles dizem. Não estamos satisfeitos em ti, ainda. Te colocaremos em primeiro lugar e, então, tu trarás um marido em teu tempo”. Mas muitos deles – se forem honestos – vão te dizer que o tempo está passando, e está destruindo sua visão de Deus. Se é assim que Deus é, então Ele está tragicamente atrasado.
Tragicamente atrasado.Essa pequena expressão ressoou dentro de mim. Permanecer solteiro depois (ou muito depois) da idade normal do casamento pode ser trágico. E, se nós acreditarmos que o tempo de Deus está desajustado ou que Ele está propositalmente escondendo algo bom de nós, isso nos levará a questionar ou Sua soberania ou Sua bondade. Qualquer cenário leva a uma visão distorcida de Deus e dos Seus propósitos para Seus filhos.
Toda essa ênfase em esperar por algo que certamente Deus nos dará e trocar obediência por verdadeiro amor pode apresentar uma imagem falsa de quem Ele é e o que Ele nos oferece.
Cristo é a fonte de tudo o que precisamos e o doador de toda boa dádiva… porém, ao falar dEle às pessoas, é possível que tenhamos lhe apresentado como uma solução para os problemas da vida… e não da própria vida.
Essa é uma distinção importante. A autora prossegue dizendo:
E se eu tivesse aprendido que não é ruim orar por um marido, mas que minha maior oração deveria ser por Ele, para usar minha vida como Ele escolheu para Sua glória?
Essa é a pergunta certa. O propósito da minha vida, quer solteiro ou casado, é glorificar a Deus. E, quando pedimos para “usar minha vida como Ele escolheu”, Ele nunca estará “tragicamente atrasado”. A boa notícia é que minha maior necessidade – vida abundante em Cristo – está disponível para mim a despeito do que não aconteceu ainda. Isto é libertador; ao invés de esperar frustrada por como eu acho que minha vida deveria ser, eu posso aceitar o plano perfeito de Deus para hoje.