Alguém da minha igreja recentemente me perguntou se eu poderia pregar no funeral de um tio que morreu inesperadamente. O sobrinho não tinha certeza da condição espiritual de seu tio e não esperava que ele fosse seguidor de Cristo. Além do mais, esse homem era um completo estranho para mim. Fui confrontado com um momento difícil da verdade e com várias questões.
Prego o funeral? Se sim, por que e como? Se não, por que não e sob que circunstâncias eu faria isso?
Ofereço as seguintes sete sugestões de experiência que espero ajudar você a pensar sobre e como ministrar nessa oportunidade única e difícil.
Antes do funeral
1. Decida se vai ou não participar antes que alguém te pergunte.
Embora eu esteja no ministério há 15 anos , essa foi, na verdade, a primeira vez que enfrentei essa decisão, e não foi fácil. Porque não conhecia a família mais próxima do falecido, eu estava preocupado com um número de questões “Será que…”. Será que eles me pediriam para assegurar-lhes se ele estava com Jesus, quando eu não tinha tanta certeza? Será que eles me pediriam para “pregar como se ele tivesse ido para o céu” durante o culto? Eu não sabia.
No entanto, eu sabia que Deus ordenou essa oportunidade. Eu tinha espaço na minha agenda para fazer isso naquela semana, e eu sabia que poderia pregar o evangelho para uma grande multidão que talvez nunca ouvisse as boas novas. Por essas razões e outras, decidi arriscar alguns momentos embaraçosos.
2. Ore, ore e ore mais um pouco por todos os aspectos do processo.
Embora não fosse o meu primeiro funeral, era o meu primeiro funeral como esse. Então, muitas variáveis fizeram me sentir desconfortável e me forçaram a depender de Jesus. Comecei a perceber que todas as minhas preocupações eram, no final das contas, sobre mim – não sobre fidelidade a Jesus. Elas me fizeram orar. Muito. E isso é uma coisa boa para todos nós – especialmente para os pastores. Então, eu orei como um louco para o conforto da família, para sabedoria no que falar e como falar, para a proclamação clara do evangelho, para aqueles reunidos para ver Jesus, e por muito mais.
3. Recolher informações sobre o falecido.
Parte de ser fiel nessas situações é ser um bom ouvinte e aprender sobre o falecido. Para mim, isso acontece quando falo com a família ou participo do velório. Como você esperava, eu falei com a esposa do falecido várias vezes antes do culto e pedi que me falasse sobre o seu marido. Tomei notas. Quando cheguei ao velório, também olhei atentamente para as colagens de foto expostas. Essas práticas,além de reunir histórias dele ao longo do caminho, permitiram, efetivamente, preparar-me para o próximo passo do processo – pregar a mensagem do funeral.
Durante o culto
4. Elogiar o falecido à luz da graça comum que Deus deu.
Esses cenários nos permitem refletir sobre o falecido e sobre como ele amou seus amigos, família, e próximos pela graça comum de Deus. Nesse caso particular, eu sabia que a família e os amigos do falecido poderiam falar muito mais comovente e proveitosamente desses aspectos da vida dele do que eu, assim estava feliz em deixá-los fazer isso. Caso contrário, eu teria ampliado essa parte das minhas observações. Ao invés disso, simplesmente abri minha mensagem ao ler o seu obituário do jornal local, reiterei e fiz referência a algumas histórias que tinham acabado de serem contadas, e mostrei como Deus generosamente nos permitiu experimentar todas essas coisas.
5. Ministrar a família no seu luto.
O funeral é para os que vivem e não para os mortos. Depois de elogiar o falecido, meu objetivo era confortar a família. Eu compartilhei as Escrituras com Apocalipse 21.1-5 e falei sobre como o mundo está caído, que ele não é hoje como deveria ser, e como um dia o mundo será. Citei Salmos 9.9; 18.2 e 34.18 enquanto os encorajava a buscar o conforto que somente Deus oferece. Depois, fui a Eclesiastes 3 como meu texto principal e expliquei como era tempo de lamentar (o falecimento dele) e também de rir (das histórias que eles podem contar) e que, mais importante, era tempo de buscar – Jesus. Essa era a minha ponte para o evangelho, os encorajei a confiar em Jesus e me ofereci a conversar com eles a qualquer hora.
6. Falar audaciosamente sobre o que você sabe e cuidadosamente sobre o que você não sabe.
Como disse mais cedo, minha maior preocupação era que um membro da família me pedisse para conferir segurança da salvação de alguém que nunca conheci. Isso não aconteceu. Na verdade, penso nisso como um “medo de fantasma”. Em vez disso, escolhi não dizer algo sobre a condição espiritual do falecido. Já tinha sido determinado, e não havia nada que poderíamos fazer para mudar isso. Eu só tinha certeza de que mais de 200 pessoas sentadas diante de mim estavam em seu caminho para passar a eternidade em algum lugar, e era meu trabalho ajudá-las a se preparar.
Depois do culto
7. Acompanhar a família enlutada e confiar a Deus os resultados.
Cerca de uma semana depois do funeral entrei em contato com a família para dizer que estava orando por eles e queria servi-los de qualquer forma que eu pudesse. Não sei sei eles vão me ligar de volta. No entanto, sei que Deus disse que quando sua Palavra vai, ela nunca retorna vazia (Isaías 55.11). E, pela graça de Deus, a Palavra foi pregada, então estou confiando que Ele fará com que produza os frutos que pretende, quer eu veja ou não.
Uma vez que estou ministrando em um mundo caído, esse não vai ser o meu último funeral. Não vai ser o seu, também, então fique preparado. Seu próximo chamado pode vir nessa tarde.
Você está pronto?