Como você gasta seu tempo livre?

por Trevin Wax

Tempo livre não é um assunto trivial. As atividades das quais participamos, durante nossos momentos de lazer, moldam nossa identidade.

O Apóstolo Paulo não nos diz para fazer bom uso de nosso tempo, mas para fazer o melhor uso de nosso tempo. O entendimento dele a respeito da presente era má o leva a uma dura exortação sobre como os seguidores de Jesus devem gerenciar seu tempo.

Nossas vidas são muito curtas. Tiago nos lembra de que nossa vida é pouco mais que “um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece”.

Por que, então, desperdiçamos tanto de nossas vidas em frente da televisão?

Por que gastamos todas as noites jogando ou assistindo esportes?

Por que gastamos nossos finais de semana vagando pelos shoppings, procurando por mais coisas que não precisamos?

Jesus nos diz para buscarmos primeiro o Reino de Deus e Sua justiça. Buscar primeiro o Reino significa que não estamos procurando as mesmas coisas que o mundo pagão ao nosso redor: comida, bebida e roupas. Devemos dar uma boa examinada em nossas vidas.

Fazemos compras tão frequentemente, e das mesmas coisas, que nossos vizinhos não cristãos?

Seguimos todas as novas modas?

Somos tão apaixonados pelas últimas bugigangas tecnológicas como todo mundo?

Muito frequentemente, falamos da boca pra fora que buscamos primeiro o Reino, enquanto nossas vidas demonstram preocupações pagãs.

Estruturar nosso tempo livre de forma que honre a Deus significa que priorizamos nossas atividades de lazer de uma maneira que deixe claro que Jesus está no trono de nossas vidas. Reservaremos tempo para o estudo bíblico diário e a oração. Compartilharemos os alimentos ao redor da mesa, ao invés de em frente à televisão. Envolveremos-nos com a oração e o culto familiares. E, quando nossa devoção a Jesus colidir com a tentação de colocar outra coisa no trono, manifestaremos ao mundo quem é nosso Rei.

Uma forma de priorizarmos nossas atividades é bem prática. Muitos campeonatos de esportes organizados agora têm seus jogos de futebol ou outro esporte nos domingos, como se fosse qualquer outro dia. O que um cristão deveria fazer nessa situação?

Aqui está outro exemplo: quando estava no ensino médio, meu irmão joga em um time de futebol que treinava toda quarta-feira à noite, no horário do encontro da juventude da igreja. Meu irmão teve de lidar com um dilema: deveria sacrificar sua potencial bolsa de estudos a fim de frequentar a igreja? Ou ele deveria sacrificar Jesus no altar de suas ambições esportivas? Fiquei orgulhoso da sua escolha de ter comunhão com o Corpo de Cristo, mesmo se isso significasse que ele sacrificou tempo de treino durante os jogos. (Mais tarde, ele ganhou uma bolsa de estudos em uma universidade cristã).

Muitos cristãos falam da boca para fora que Jesus é Rei, mas demonstram em suas atividades recreativas que outra coisa está no trono. A bola é Ba’al. Quando os pais substituem o culto de domingo por uma partidinha de domingo, estão comunicando mais a seus filhos através de um ato que por meio de muitos anos de milhões de palavras enfatizando a importância da presença no culto.

Declaramos que algo é valioso ao entregar-lhe nosso tempo e atenção. Esportes, filmes, televisão, videogames, compras – todas essas atividades podem ter um lugar em nossas vidas. Mas, em um mundo em que as pessoas estão se ajoelhando ao César do Lazer, gastando muito tempo e energia em recreação e entretenimento, os cristãos deveriam intencionalmente procurar minar o alto valor que o lazer recebe, ao mostrar para as pessoas que Jesus é mais valioso.

Para alguns, isso significa cortar completamente certas formas de entretenimento. Para outros, significará sacrificar jogos de domingo pelo culto de adoração. Nossos amigos que se entregam ao lazer talvez pensem que somos loucos, ao cortar o sinal da TV a cabo, acabar com nossos impulsos consumistas, orar em horas determinadas, ou faltar alguns eventos esportivos. Ironicamente, é somente quando colocamos o lazer em seu lugar adequado, debaixo da soberania de Cristo, que restauramos a verdadeira sanidade (que o Apóstolo Pedro chama de “sobriedade”)  às nossas vidas.

O que fazemos com nosso tempo livre mostra quem é o Rei das nossas vidas.

Traduzido por Josaías Jr | iPródigo | Original aqui