A natureza de Cristo é um dos aspectos mais fundamentais da mensagem do evangelho. A Escritura ensina que dentro de Sua pessoa una Cristo possuía uma natureza humana e divina. Sua natureza divina não tem princípio, tendo seu ser na eternidade. Sua natureza humana começou quando Cristo foi concebido pelo Espírito Santo na virgem Maria.
Para o crente, a divindade de Cristo nos garante que Seu sacrifício foi suficiente. O resgate de uma alma é custoso – esse preço é o sangue divino! A solução para a infinidade do pecado foi o valor infinito da obediência de Cristo – infinito devido à natureza divina de Cristo. Seu sacrifício teve eficácia eterna porque Ele é o Deus eterno.
A Escritura apresenta muitas provas da divindade de Cristo.
- A Escritura atesta Sua divindade (Mt 1.23; Fp 2.5-11; Tito 2.13; Hb 1.8).
- Deus Pai atesta a divindade de Cristo (Mt 3.17; 17.5; Mc 9.7; 2 Pe 1.17).
- O próprio Cristo afirmou a sua divindade. Ele afirma ser um com o Pai (João 10.30, 38) como o Filho de Deus (Mc 14.61-62).
- Várias outras pessoas testificam que Jesus é Deus, como Tomé (Jo 20.28); Pedro (Mt 16.16); Paulo (Atos 9.5); e até demônios (Mt 8.29).
- Jesus atesta Sua transcendência sobre homens e anjos. Ele transcende Jonas e Salomão (Mt 12.41ss; Lc 11.31ss), Moisés e Elias (Mt 17.3; Mc 9.4), Davi (Mc 12.36), e João Batista (Mt 11.11); e Cristo é superior aos anjos, que são Seus servos (Mt 4.11; Mc 1.13), Seu exérctio (Mt 26.53), e aqueles que fazem Sua vontade (Mt 16.27; 25.31; Mc 8.38).
- Atributos de Deus são atribuídos a Jesus, como eternidade (Jo 8.58), onipotência (Ap 1.8), onipresença (Jo 1.48), onisciência (Jo 2.25) e imutabilidade (Hb 13.8).
- Ele recebe a honra que é dada somente a Deus, como o batismo divino (Mt 28.19), benção divina (2 Co 13.4), adoração divina (Hb 1.6) e honra divina (Jo 5.23).
- Ele realiza tarefas divinas como o perdão de pecados (Mc 2.10-12), a criação (Jo 1.3), providência (Jo 5.17), ressurreição e juízo (Jo 5.22), preservação (Jo 10.28) e redenção e graça (Ef 1.7).
- Ele faz exigências divinas como a fé em Sua pessoa (Jo 14.1; 5.24; 6.40; 8.51) e amor supremo (Mt 10.37, 39; Lc 17.33). Ele aceita adoração religiosa (Mt 8.2; 9.18; 14.33; 15.25).
- Ele recebe os nomes de Deus: Deus Forte e Pai da Eternidade (Is 9.6), Senhor Justiça Nossa (Jr 23.6), Senhor e Deus (Jo 20.28), Deus bendito eternamente (Rm 9.5), Senhor de todos (At 10.36) e verdadeiro Deus e vida eterna (1 Jo 5.20).
Há cinco razões por que Cristo deve ser verdadeiramente Deus:
- Para o fardo que precisou ser suportado e a batalha que precisou ser lutada, Ele precisava de poder divino para conseguir dar e tomar de volta Sua própria vida.
- Sua divindade era necessária para obter o infinito valor por Sua satisfação da justiça divina.
- A divindade de Cristo permitiu que Ele merecesse justiça eternal.
- Ele precisava ser divino para conseguir aplicar a salvação que mereceu.
- Ele deve ser divino para ser um objeto digno de nossa adoração.
Thomas Watson em seu sermão “Cristo, o Mediador da Aliança” esboçou quatro aplicações dessa doutrina da divindade de Cristo para a vida do crente.
Uso 1: Admire a glória deste Deus-homem. Watson aconselhou-nos a ver a “Divindade de Cristo brilhando através da humanidade” (Ap 1.16). Adore-O na beleza de Sua santidade (Sl 96.9)!
Uso 2: Porque Cristo é divino, o crente de procurar a salvação somente em Cristo. Sua divindade forjou a justiça necessária para salvação. Watson disse: “Se pudéssemos chorar rios de lágrimas, superássemos Moisés no monte, se fôssemos moralistas precisos, inculpáveis diante da lei, se chegássemos ao mais alto grau de santificação nesta vida, nada disso nos salvaria – se não buscássemos os méritos daquele que é Deus”.Olhe para Jesus (Hb 12.2)!
Uso 3: Porque Ele é divino e humano em uma pessoa, os crentes podem ter grande conforto em saber que estão intimamente unidos a Ele. Watson escreveu: “Tudo que Cristo, em qualquer de suas naturezas, pode fazer pelos crentes, ele fará”.“Confiai no SENHOR perpetuamente; porque o SENHOR DEUS é uma rocha eterna” (Is 26.4).
Uso 4: Maravilhe-se diante do amor de Cristo, que humilhou-se a Si mesmo, embora fosse igual a Deus, tornando-se obediente até a morte. Os crentes devem receber Cristo como seu marido celestial (Ct 1.13). Watson disse que todo crente “deveria ter Jesus Cristo escrito em seu coração”.