Matemática Eclesiástica
Quando crianças, eu imagino que a maioria de nós odiava matemática – todas aquelas subtrações, adições e divisões. Todas essas são palavras que deixam os pastores nervosos. Não em espanta que os professores chamavam aquilo de “problemas”.
Conforme crescemos e entramos no ministério pastoral, algo miraculoso acontece e, de repente, nos apaixonamos pelos números. De fato, nós aprendemos uma matéria nova chamada “matemática eclesiástica”, que envolve batismos, orçamentos e a freqüência nos cultos de Domingo. O número de coisas que queremos contabilizar se torna quase infinito e quase divertido – isso é, contanto que os números aumentem. Mas se os números diminuem, especialmente o número de pessoas no culto de Domingo, nossa empolgação normalmente diminui junto com eles. E isso é um problema.
Nosso relacionamento com a Frequência
Não sou contra contar as coisas, quando se fala de igreja. O velho ditado “devemos contar as pessoas porque devemos contar com as pessoas” pode soar brega, mas é verdade. Devemos contar as coisas que são importantes para nós. Mas todos nós deveríamos que há alguma coisa suspeita acontecendo em nosso relacionamento com os números da freqüência dos cultos. Eu creio nisso porque, às vezes, olhamos para esses números como justificativas para nós e para nossos ministérios.
As equações no quadro-negro do nosso coração normalmente são mais ou menos assim:
Muitas pessoas = Sucesso visível no ministério = Estou feliz
Poucas pessoas = Fracasso no ministério = Estou deprimido
Sou o único que acha que essa matemática está meio confusa?
A seguir, algumas dicas para nos ajudar a esclarecer as coisas.
1. Defina-se pelo o que Jesus fez na cruz, não por o que você faz nos Domingos.
Apesar de sabermos que isso é verdade, normalmente falhamos em acreditar nisso quando realmente importa. Para ver mudanças acontecerem, devemos fazer o que for necessário para manter essa verdade do evangelho em nossos corações, para que ela esteja sempre à mente quando precisarmos. Conforme crescemos em nossa habilidade de usar o evangelho em nossa vida diária, estaremos cada vez mais preparados para lutar contra as mentiras do inimigo.
2. Seja cuidadoso com as contagens.
Como disse anteriormente, não estou dizendo para você não contabilizar as coisas. Só estou dizendo que o tratamento dado à freqüência dos cultos pode ser como uma arma de fogo – útil em algumas situações e perigoso em outras. Faça a si mesmo algumas perguntas como “Por que eu estou me preocupando tanto com a freqüência do culto? Por Jesus ou por mim?”. Lembre-se: nosso valor como seguidores de Jesus e pastores não está ligado ao número de pessoas que freqüentam nossa igreja, mas no evangelho pregado.
3. Cuidado com sua definição de sucesso.
Apesar de a nossa mentalidade “quanto mais, melhor” nos tentar a pensarmos de outra forma, uma grande multidão não significa necessariamente um grande ministério. De fato, conforme vamos estudando as Escrituras, vemos alguns pregadores “de sucesso” que nem sempre estavam cercados de grandes multidões – Isaías, Jeremias, e, muitas vezes, até Jesus. Mas ao mesmo tempo em que isso deve nos confortar, devemos ter o cuidado de não ir para o outro extremo. Pastorear igrejas pequenas não nos faz necessariamente mais fiéis, assim como pastorear grandes igrejas não nos faz infiéis.
4. Seja parte da solução, não do problema.
Quase todo pastor que eu conheço enfrenta esse problema. Você poderia se juntar a mim nesse serviço aos nossos pastores e não deixar que “o que você tem feito ultimamente pra atrair mais pessoas?” seja a sua primeira pergunta na próxima vez que encontrar com seu pastor? Pergunte sobre como ele tem passado, sobre sua família, ou sobre como ele tem pregado o evangelho. Fazendo isso, estamos prestando um grande serviço ao reino. Nossa justificação é o evangelho, não o número de pessoas que freqüentam nossos cultos. Onde você tem buscado a sua justificação ultimamente?
Traduzido por Filipe Schulz | iPródigo.com