Jonathan Edwards disse: “Devemos viver essa vida apenas como uma jornada em direção ao céu… para a qual devemos subordinar todas as outras questões da vida. Por que deveríamos trabalhar ou buscar qualquer outra coisa que não seja aquilo que é nossa apropriada e verdadeira felicidade?”
Por volta de seus vinte anos, Edwards compôs um conjunto de resoluções de vida. Em uma delas, lemos: “Decidido, esforçar-me-ei em obter o máximo de felicidade para mim, no outro mundo, que eu puder conseguir”. Infelizmente, muitos cristãos não encontram nenhuma felicidade quando pensam sobre o céu.
Certa vez um pastor confessou a mim: “Sempre que penso no céu, fico deprimido. Eu preferiria simplesmente deixar de existir quando morrer”. “Por quê?”, perguntei. “Não posso suportar a ideia daquele tédio interminável. Flutuar em meio às nuvens sem fazer nada a não ser tocar harpa… isso é terrivelmente chato. O céu não parece tão melhor que o inferno”.
Onde esse pastor que crê na Bíblia e foi educado em um seminário conseguiu esta visão do céu? Certamente não foi da Bíblia, onde Paulo disse que partir e estar com Cristo é muito melhor do que continuar nessa terra amaldiçoada pelo pecado (Filipenses 1.23). Meu amigo foi mais honesto sobre suas ideias do que a maioria, mas tenho descoberto que muitos cristãos compartilham de suas concepções erradas sobre o céu.
A Escritura nos manda buscar as coisas do céu: “buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus” (Colossenses 3.1). E para ter certeza que não perderemos de vista a importância de uma vida centrada no céu, o próximo verso diz: “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra [somente]”.
Ainda que o céu atual esteja em um estado pré-ressurreição, o último céu, onde Deus habitará para sempre com Seu povo, será em um universo ressurreto (Apocalipse 21.1-4). Por causa da ênfase bíblica na ressurreição (1 Coríntios 15), acho que Deus quer que pensemos não simplesmente no lugar para onde vamos quando morremos, mas onde viveremos com Cristo eternamente.
Jesus disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas… Vou preparar-lhes lugar” (João 14.2). Ele escolheu termos concretos e familiares (casa, morada, lugar) para descrever aquele lugar. Ele nos deu algo tangível para desejarmos – um lar, onde viveremos com Ele.
O céu que Jesus descreveu não é um reino etéreo de espíritos sem corpo. Um lugar é, por natureza, físico, assim como seres humanos são, por natureza, seres físicos e espirituais. Fomos criados – especificamente designados – para o lugar onde Deus originalmente nos fez: a Terra.
As Escrituras nos dizem que devemos esperar os “novos céus e nova terra, onde habita a justiça” (2 Pedro 3.13). Deus não abandonou Seu intento e plano original para a humanidade de dominar a terra para Sua glória. Um dia, Ele irá reverter a maldição e restaurar o que foi corrompido pelo pecado. Ele virá para habitar com Seu povo na nova terra, trazendo Seu trono, e o próprio céu, com Ele. (Apocalipse 21.1-4, 22.3).
Qual é a sua atitude em relação ao céu? Ele lhe enche de ânimo? Com que frequência você, sua igreja e sua família falam sobre ele?
Se você não tem paixão pelo céu, posso quase garantir que é porque você tem uma teologia sobre o céu que é deficiente e distorcida (ou que você está tomando decisões que conflitam com a agenda do céu). Uma visão exata e biblicamente energizada do céu trará uma nova paixão espiritual para sua vida.
Quando você fixa sua mente no céu e vê o presente à luz da eternidade, mesmo pequenas escolham tornam-se tremendamente importantes. Depois da morte, nunca mais teremos outra chance de falar sobre Cristo com aquele que pode ser salvo do inferno, ou dar um copo de água ao sedento, ou investir dinheiro para ajudar aqueles sem esperança e alcançar o perdido, ou compartilhar nossas casas, roupas e amor com o pobre e necessitado.
Não é de se espantar que a Escritura deixe claro que uma das questões centrais dessa vida é se preparar para a próxima. O que precisamos é de uma geração de pessoas com mentes celestiais que vejam os seres humanos e a Terra não simplesmente como eles são, mas como Deus deseja que sejam.
Teólogos falaram no passado sobre a “visão beatífica”, expressão que vem do Latim (visão abençoada, feliz). Essa visão era o próprio Deus. Apocalipse 22.4 fala do povo de Deus na nova terra: “Eles verão a sua face”. Deus é primário, todo o resto é secundário. Os afluentes da alegria são o transbordamento do grandioso rio da bondade de Deus. Ele diz para aqueles que Ele recebe em Sua presença: “Entre na alegria do seu Senhor”. Antecipar a eterna alegria da Sua presença nos permite sentir um gosto do céu ao nos alegrarmos nEle aqui e agora.
Desejando por essa nova terra, “o lar da justiça”, Pedro fala: “Portanto, amados, enquanto esperam estas coisas, empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis”. (2 Pedro 3.14)
Saber que nosso destino é viver como um povo redimido e justo em uma terra redimida e justa com nosso Redentor justo deve ser um incentivo poderoso para recorrermos a Sua força para vivermos de forma justa hoje.