Eu não sabia quase nada sobre a minha esposa no dia em que casei com ela. Nós namoramos por alguns anos, gastamos incontáveis noites falando no telefone, frequentávamos a igreja, organizamos eventos e até trabalhamos juntos. Mas apesar de tudo isso, nós mal nos conhecíamos. O conhecimento que tínhamos era genuíno, porém raso. E ainda assim, esse pequeno conhecimento foi o suficiente para nos compelir a convidar nossos amigos e familiares a uma pequena igreja em Ancaster onde pudemos prometer as nossas vidas um ao outro.
Eu nunca tive um só momento de arrependimento por ter me casado com Aileen (o que não é a mesma coisa de dizer que nós nunca tivemos desentendimentos ou momentos difíceis). Isso é notável quando eu considero o quão pouco eu sabia dela no dia do nosso casamento. Eu a amava e a admirava tanto quanto a conhecia mas, olhando para trás, consigo ver o quão pouco conhecimento dela eu tinha.
Avançando por dezesseis anos de casamento, e nosso conhecimento aumentou drasticamente. Tem aumentado a um nível tal que todos esses anos para trás parecem, francamente, assustadores. Por meio do privilégio de morarmos juntos, da labuta do trabalho em conjunto, da intimidade de dormirmos juntos, do deleite de termos filhos juntos, de todas as corriqueiras alegrias e provações da vida, nós começamos a nos conhecer mutuamente de uma forma profunda. Eu a amo muito mais agora do que eu amava naquela época, porque o amor de hoje é baseado em um substancial e maior conhecimento.
Você não está me ouvindo dizer que agora eu sei tudo sobre ela, e nem que dezesseis anos são o suficiente para isso. Estou plenamente consciente que, se o Senhor nos conceder trinta e dois ou sessenta e quatro anos juntos, eu vou olhar para trás e me maravilhar com o quão pouco e sabia sobre ela em 2015. Isso faz parte da alegria do casamento – gastar a vida crescendo em conhecimentos de, e também em amor por, outra pessoa. Isso é parte da honra do casamento, essa outra pessoa permitir-me conhece-la a este grau, permitir-me conhecer sua mente, corpo e alma.
Quando comecei a escrever essas palavras, pretendia fazer uma comparação ao relacionamento entre o cristão e Deus. E por um lado, essa comparação funciona. Mas por outro lado ela falha.
Quando você foi convertido ao Cristianismo, você fez isso com base em um conhecimento parcial. Você tinha o genuíno conhecimento da verdade genuína, mas era um conhecimento limitado. Ainda assim, era suficiente – foi o suficiente para se ver como um pecador e Cristo como um glorioso salvador, e então teve fé nele. Mas, até certo ponto, ainda era um salto no escuro. Então, a medida em que você cresce como um Cristão, você , inevitavelmente, chega a uma compreensão melhor e mais profunda de Deus, da sua glória e da sua graça; e aquela pena fé tem sido recompensada de forma que tem crescido a se tornar uma fé mais vigorosa. Seu amor por Deus tem crescido a medida que aumenta seu conhecimento em Deus.
Mas o amor de Deus por você manteve-se inalterado. Não cresceu nenhum pouco, e isso se deve ao fato que o conhecimento de Deus sobre você também não aumentou em nada. Antes de você nascer ele sabia tudo que seria. “Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.” (Salmo 139.16). Antes de ele te salvar, ele já sabia tudo que você iria fazer: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.”(Efésios 2.10). Ele sabia tudo isso. Seu conhecimento sobre você era e é completo. Seu amor por você era e é completo. E isso nunca vai mudar. E isso nunca pode mudar.