Passos simples para o culto doméstico (2)

Nathan W. Bingham
Nathan W. Bingham

Nós começamos uma série sobre culto doméstico para encorajar famílias cristãs nessa vital, mas, frequentemente, negligenciada, área. O culto doméstico não deve ser um fardo, mas sim um prazer procurado todos os dias.

No primeiro post, R.C. Sproul Jr. compartilhou como que sua família escolhe o horário, o que fazem quando estão fora de casa ou com convidados, e o trabalho de memorização do catecismo. Se você ainda não o leu, por favor, faço-o. Agora, ele continua com os tópicos de memorização e leitura das Escrituras, e oração.

Lembre-se que isso não é a “liturgia do Sproul Jr.” que todos nós devemos seguir, mas um exemplo prático que oramos para que seja-lhe útil.

Memorização das escrituras

Então, passamos para a memorização das escrituras. Nós temos um sistema “complicado” para isso também. Agora, minha família está memorizando Salmos, então, todos os dias, nós recitamos um dos salmos que aprendemos e trabalhamos em um novo. Não fique muito impressionado, nós estamos apenas no 12. Eu não sei o que faremos quando eles forem realmente grandes. Quando chegarmos ao Salmo 119, aí vocês podem ficar impressionados. Mas, de novo, usamos o mesmo sistema. Eu falo um verso ou uma parte dele, e as crianças repetem. Meus filhos mais velhos riem de mim, porque eu tenho a minha Bíblia aberta para me ajudar enquanto ensino para eles essas coisas, mas eles já sabem muitos salmos de cabeça.

Leitura das Escrituras

Depois, nós passamos para a leitura das Escrituras. Temos feito nossas leituras de maneiras diferentes. Algumas vezes, nós lemos um livro da Bíblia. Outras vezes, quando temos uma criança muito pequena, nós usamos um daqueles livros de histórias bíblicas para crianças. Eu desejo dar a eles um entendimento bem básico sobre a fluência das Escrituras. Agora estamos usando um daqueles livros de histórias bíblicas para crianças nos quais Jesus tem olhos que parecem bolas de ping pong.

Eu leio a história, depois eu dou meu sermão, e todos os meus sermões tem de 20 a 30 segundos de duração. Eu dou às crianças algum tipo de lição presente no texto. Eu desejo trazer do texto algo para nutrir a vida deles e a minha.

Isso me dá uma oportunidade de praticar o primeiro corolário do “Princípio fundamental de hermenêutica do R.C. Sproul Jr”. Hermenêutica é o estudo de interpretação, e o princípio fundamental de hermenêutica do R.C. Sproul Jr. afirma que sempre que você estiver lendo sua bíblia e vir alguém fazendo algo muito estúpido, você não deve dizer para você mesmo: “Como ele pode ser tão burro?”, mas sim: “Como eu tenho sido ainda mais burro?”. O primeiro corolário desse princípio é que sempre que você estiver lendo uma história na bíblia, e você pensa sobre quem você é na história, você é o pecador. Se você está lendo a história e há mais de um pecador, como na parábola do filho pródigo, você é os dois. Então, nós lemos nosso texto bíblico e eu pergunto: “Como nós somos semelhantes a essa pessoa? E como nós somos semelhantes àquela pessoa? E como eu sou semelhante a essa ou àquela pessoa?”. Esse é o sermão.

Oração

Depois do sermão, eu recebo os pedidos de oração. Eu pergunto: “Crianças, sobre o que vocês querem que o papai ore hoje à noite?”. Eu encorajo meus filhos a orarem. Eles oram antes de ir para a cama. Por vezes, eles oram durante o período de estudo (eles estudam em casa). Eles oram em muitas ocasiões. Mas, quando nos ajuntamos para o culto doméstico, eles não oram. Por que não? Desde o princípio, eu tenho feito a oração no culto doméstico porque eu quero comunicar a eles – e, mais importante, a mim mesmo – a importância do papel de sacerdote exercido pelo pai da família. Estou dizendo para eles e para mim: “Eu sou responsável, como o cabeça dessa casa, por levar vocês perante o trono de Deus e por rogar ao Deus dos céus e da terra pelo bem estar de vocês.”

De fato, quando as crianças eram mais novas, nós até tínhamos uma postura para comunicar isso – novamente, mais pra mim do que pra eles. Eu pedia para os pequenos sentarem no meu colo. Eu assentava-os um em cada perna, envolvia meus braços neles, colocava minhas mãos em suas cabeças, e orava por eles. Eu pedia para Deus abençoá-las especificamente. Meu filho Campbell pedia todas as noites: “Por favor, peça para Deus para crescermos em graça , no fruto do espírito, e em sabedoria”. Deus o abençoou com sabedoria.

No último post, R.C. Sproul Jr. irá discorrer sobre a música no culto doméstico e também sobre algumas objeções.

Essa série é uma adaptação do material contido na contribuição de R.C Sproul Jr. Para o livro Holy, Holy, Holy: Proclaiming the perfections of God.