(as duas primeiras partes deste post podem ser lidas aqui e aqui)
Olhos bons
“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!”
Ao dizer que os “olhos são a lâmpada do corpo”, Jesus não está nos instruindo sobre a fisiologia humana, mas em vez disso está nos ensinando a respeito da grande influência que os nossos desejos exercem sobre as nossas vidas. Nosso corpo vai onde nossos olhos estão focados, e nossos olhos terão o foco naquilo que o nosso coração deseja. Se nosso coração deseja coisas mundanas, então coisas mundanas serão o nosso foco e é isso que vamos perseguir. Porém, se nosso coração verdadeiramente deseja as coisas de Deus, então nossos olhos vão estar fixos nestas coisas, e nós vamos persegui-las apaixonadamente. Os olhos bons são uma simples visão sem confusão e sem duplicidade. Como A. T. Robertson escreveu, “se nossos olhos são saudáveis, podemos ver claramente e com um só foco. Se os olhos forem doentes (maus, ruins), vesgos ou estrábicos, nós vemos em dobro e confundimos nossa visão. Mantemos um olho no acúmulo de tesouros terrenos e rolamos o outro orgulhosamente para o céu” (Word Pictures).
Como discípulos de Jesus Cristo, somos chamados a ter um só coração e um só propósito. Somos chamados a buscar primeiro o Reino de Deus e confiar todas as nossas necessidades mundanas ao Mestre. Ele sabe o que nós precisamos antes mesmo de pedirmos a Ele, e está disposto a fazer boas coisas pelos Seus filhos.
Dois Mestres
“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.”
Jesus ensinou muito sobre dinheiro. A razão é simples – Neste mundo caído, o dinheiro parece ser o maior concorrente de Deus pelos corações dos homens. Se, pela graça, um homem se liberta do amor e da busca por riquezas, ele se abre para a possibilidade de devoção exclusiva a Deus.
O homem, depois da queda, é escravo de alguém. A questão não é se um homem é ou não um escravo, mas de quem ele é escravo? Alguns homens são escravos de outros homens, alguns são escravos de si mesmos, e outros são escravos de coisas como dinheiro, segurança, respeitabilidade. Outros homens se entregam a buscas vãs, prazeres decepcionantes ou algo tão “inofensivo” como um hobby. A lista é quase infinita, mas Cristo nos chama para fugirmos de tal escravidão e nos voltarmos, de todo o coração e sem reservas, a Ele.
Embora o a Escritura acima nos ensine que é IMPOSSÍVEL servir a Deus e às riquezas, a aplicação vai muito além. Não podem haver competidores no coração do crente. Devemos inquirir constantemente nossas vidas e procurar por lealdades que competem entre si. Quando encontrarmos, devemos ter cuidado para lidar com elas de forma severa. Não podemos dar a elas a menor compaixão. Se as pouparmos, vão se tornar farpas em nossos olhos e espinhos nas nossas costas (Números 33:55). Não podemos servir verdadeiramente a Deus enquanto essas coisas estiverem penduradas em nossos corações. Nem mesmo aquelas coisas mais preciosas a nós podem ser poupadas de nossa censura. Jesus ensinou que é melhor, para nossa mão direita e para nosso olho direito, sofrer uma mutilação violenta, em vez de se tornarem obstáculos para o verdadeiro discipulado (Mateus 5:29-30). Temos que jogar fora qualquer coisa que nos afaste dEle e de Seus Propósitos. Nossas vidas estão na disputa e a eternidade está em jogo! o Expositor’s Bible Commentary conclui:
“Ambos, Deus e dinheiro, são retratados não como empregados, mas como proprietários de escravos. Um homem pode trabalhar para dois empregadores; mas uma vez que ‘propriedade individual e serviço de tempo integral são a própria essência da escravidão’ (Tasker), este homem não pode servir a dois donos de escravos. Ou Deus é servido com uma devoção completa, ou ele não é servido de forma alguma. Tentativas de uma lealdade dividida traem, não com um compromisso parcial ao discipulado, mas com um profundo compromisso com a idolatria.”
Traduzido por Daniel TC | iPródigo | Texto original aqui.