A Trindade e a vida cristã

A Trindade, embora uma doutrina cardinal do cristianismo, às vezes não recebe a devida atenção. Isso se dá mesmo por parte daqueles que reconhecem a importância e a necessidade de sermos trinitarianos, de abraçarmos a fé num Deus que é um em substância e essência, mas três em Pessoa: Pai, Filho e Espírito Santo. A experiência de Sam Alberry, infelizmente, não é coisa rara:

Quando jovem cristão, eu tinha um entendimento básico que, oficialmente, Deus era uma Trindade. Mas não oficialmente, isso quase não fazia diferença na minha vida cristã. Eu orava a Deus. Sabia que Jesus tinha morrido por meus pecados. Eu lia a Bíblia e tentava viver a vida de uma maneira que agradasse ao meu Pai celestial. Nunca me ocorreu ir além disso. A doutrina da Trindade estava cuidadosamente arquivada na gaveta de “Coisas que todos os bons cristãos creem” e, então, nunca mais revista.[1]

Gostamos de enfatizar a importância da justificação pela fé. Alegamos, seguindo Lutero e tantos outros, que ela é a doutrina pela qual a Igreja cai ou fica de pé. Embora reconheçamos a importância da bendita verdade de que somos justificados unicamente por causa de Cristo, por termos fé nele, como nosso Salvador e Substituto, há algo ainda mais fundamental. É a doutrina de Deus.

Se não conhecermos o Deus verdadeiro, que se revela na sua Palavra de maneira infalível, qualquer outro conhecimento será deturpado e carente de significado. Antes de conhecermos a obra da salvação, devemos conhecer o Deus que nos salva. Assim, creio que Bavinck coloca a questão de uma forma mais bíblica:

A doutrina da Trindade é de importância incalculável para a religião cristã. Todo o sistema cristão de crença, toda a revelação especial fica de pé ou cai com a confissão da doutrina da Trindade. Ela é o núcleo da fé cristã, a raiz de todos os seus dogmas, o conteúdo básico da nova aliança.[2]

Sim, devemos conhecer o Deus que se revela. E ele, ao se autorrevelar, nos informa que é uma Trindade. A partir do que encontramos na Bíblia, a autorrevelação de Deus, podemos dizer que o ensino bíblico sobre a Trindade abrange quatro afirmações essenciais:

  1. Há um e somente um Deus vivo e verdadeiro;
  2. Este único Deus existe eternamente em três pessoas — Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo;
  3. Essas três pessoas são completamente iguais em atributos, cada uma com a mesma natureza divina;
  4. Embora cada pessoa seja plena e completamente Deus, as pessoas não são idênticas.

As diferenças entre Pai, Filho e Espírito Santo estão fundamentadas na forma como eles se relacionam um com o outro e o papel que cada um desempenha ao realizar o propósito divino.

A unidade da natureza e a distinção de pessoas da Trindade podem ser ilustradas nas seguintes afirmações adicionais:

  • O Pai é Deus;
  • O Pai não é o Filho;
  • O Pai não é o Espírito Santo;
  • O Filho é Deus;
  • O Filho não é o Pai;
  • O Filho não é o Espírito Santo;
  • O Espírito Santo é Deus;
  • O Espírito Santo não é o Pai;
  • O Espírito Santo não é o Filho.

Ao longo da história da Igreja cristã, diversos credos, confissões e catecismos tentaram resumir e apresentar as principais doutrinas do cristianismo. Como era de se esperar, os documentos que se mantiveram fieis à Escritura apresentam a doutrina da Trindade de maneira clara. Aqui, vale citar as três perguntas e respostas do Breve Catecismo de Westminster:

Pergunta 4. O que Deus é?

Resposta: Deus é espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade.

Pergunta 5. Há mais de um Deus?

Resposta: Há um só Deus, o Deus vivo e verdadeiro.

Pergunta 6. Quantas pessoas há na Divindade?

Resposta: Há três pessoas na Divindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo, e estas três pessoas são um Deus, da mesma substância, iguais em poder e glória.

Devemos deixar claro que o ensino sobre a Trindade não é uma verdade descoberta pelo homem, mas revelada por Deus. E trata-se de uma revelação especial, disponível apenas na Escritura Sagrada. Deus se revela na criação também, mas inúmeras verdades só são encontradas na Bíblia. A Trindade é uma delas, ao lado das duas naturezas de Cristo e tantas outras doutrinas gloriosas. Contemplar o céu e as demais obras da criação podem me apontar para a existência de um Criador, de um Deus, mas não para a existência de um Deus que subsiste em três Pessoas. É por isso que o Evangelho deve ser pregado, pois somente nele temos a revelação plena e salvífica de Deus. Sim, ninguém será salvo sem conhecer a Trindade.

O objetivo deste artigo é analisar como a doutrina da Trindade se relaciona com a vida cristã. Antes disso, veremos alguns erros a se evitar.

A Trindade e alguns erros comuns

Durante toda a história da Igreja, muitos tentaram simplificar a doutrina da Trindade, torná-la mais “palatável”, mais fácil de crer. Mas ao fazê-lo, eles acabaram não representando o que a Escritura ensina verdadeiramente, e terminaram com uma doutrina da Trindade bem diferente da doutrina bíblica.

Os erros mais comuns, que ainda persistem em nossos dias, são os seguintes: triteísmo, monarquismo e modalismo.

O triteísmo ignora a afirmação bíblica recorrente de que Deus é um. Essa heresia afirma que há três deuses, que são do mesmo tipo e, todavia, distintos e separados um do outro. Devemos cuidar para que não sejamos triteístas quando pensamos sobre Deus, mesmo que não verbalizemos isso. O alerta é oportuno, pois alguns cristãos tendem a pensar em “Deus mais em trindade do que unidade.[3] Eles pensam nele mais facilmente como Três do que como Um-em-Três ou Três-em-Um”.[4] Note que o triteísmo é uma forma de politeísmo.

O monarquismo é o erro daqueles que não reconhecem a igualdade das Pessoas da Trindade. Alguns pensam que o Filho é menos Deus que o Pai, e o Espírito Santo menos Deus que o Filho. Ou pensam que há uma subordinação ontológica das Pessoas. É verdade que na economia da salvação há uma subordinação do Filho ao Pai, e do Espírito ao Filho e ao Pai. Mas isso não está ligado à essência das Pessoas, pois os três são Deus. Trata-se do cumprimento do Pacto, do Acordo feito entre as três Pessoas. O Filho deliberadamente aceitou ser subordinado ao Pai para resgatar o seu povo, e o Espírito aceitou ser subordinado ao Filho e ao Pai para aplicar a salvação adquirida pelo Filho.

Por último, o modalismo é a heresia de que não existem três Pessoas na Trindade. Há um Deus, que é apenas uma Pessoa, mas que se revela de diversos modos (daí o nome modalismo). Portanto, existem vários modos, diversas maneiras de Deus se revelar à humanidade. Em tempos diferentes, ele se revela como Pai, como Filho e então como Espírito Santo.[5]

Tendo visto rapidamente alguns erros comuns sobre a doutrina da Trindade, vejamos a relevância dessa verdade para a vida cristã.

A Trindade e o Fim Principal do Homem

Nenhum cristão verdadeiro ousaria dizer que o ensino sobre Deus é irrelevante, ou de pouca praticidade. Longe disso! Aquele que foi salvo deseja conhecer mais e mais o Deus que o salvou.

Para o cristão reformado[6], a primazia do conhecimento de Deus é ainda mais nítida. Afinal, o Breve Catecismo de Westminster, um dos belos e antigos símbolos de fé da tradição reformada, começa com a seguinte pergunta: Qual é o fim principal do homem?

A resposta, que mesmo as crianças da família da aliança conhecem,[7] não poderia ser mais bela e bíblica:

O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.[8]

Embora a necessidade e obrigação de conhecermos e prosseguirmos em conhecer a Deus (Oseias 6.3) seja uma verdade abraçada e afirmada com vigor pelos cristãos, o mesmo não acontece com a Trindade. Muitos consideram a Trindade uma doutrina obscura, estranha, difícil demais para merecer a nossa atenção. Uma doutrina que não pode ser negada, mas que deve ser deixada de lado; afinal, é mais seguro, a fim de evitarmos alguma heresia ao lidar com tão “perigosa” doutrina.

Além disso, não poucos lutam e não conseguem encontrar alguma praticidade na doutrina de que Deus existe em três Pessoas distintas e igualmente gloriosas.

A ideia subjacente a esse pensamento é que ensinar sobre a Trindade não é diferente de ensinar sobre Deus. Contudo, o Deus que existe é uma Trindade. Se em nosso forço diário para conhecermos a Deus não buscarmos conhecer o Deus que é uma Trindade, estaremos atrás de um falso deus, um deus criado pela nossa imaginação pecaminosa.

Em outras palavras, se haveremos de cumprir o nosso fim principal, devemos necessariamente aprender sobre a Trindade. Nada pode ter mais relevância prática do que a doutrina sobre Deus, e o Deus que existe é uma Trindade.

Conhecer a Deus, conhecer como ele realmente é, conhecê-lo como revelado na Bíblia, é conhecê-lo como o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

A Trindade e a Salvação

Quando as pessoas são salvas, geralmente elas não percebem que algo trinitariano lhes aconteceu. Mas “algo trinitariano” é precisamente o que aconteceu na salvação: todo aquele que é salvo foi trazido pelo Pai (Jo 6.44) e levado pelo Espírito a confessar que Jesus é Senhor (1Co 12.3).

O Evangelho nos dá tremendo discernimento sobre a Trindade, pois no Evangelho vemos o Pai enviando o Filho, revestido de poder pelo Espírito Santo, para receber a ira do Pai e nos colocar em eterna comunhão com Deus.

Voltando à alegação, por parte de alguns, que a Trindade é irrelevante, ou no mínimo uma doutrina “opcional”. Ora, nenhum cristão argumentaria que o Evangelho é opcional. Afinal, o Evangelho é o poder de Deus, para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). Todavia, o Evangelho é uma realidade trinitariana. O Evangelho torna-se ininteligível sem um conceito das Pessoas distintas de Deus.

Em 1 João 4.14, por exemplo, lemos que “o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo”. Este simples versículo abre os nossos olhos para as pessoas da Trindade trabalhando em prol da nossa salvação.

A Trindade é indispensável para entendermos o Evangelho. Sem ela, “todo o plano da redenção fica em pedaços”[9].

A Trindade e a Oração

A falta do entendimento da Trindade é muitas vezes revelada na forma como oramos. Não poucas vezes as pessoas da Trindade são confundidas nas orações do povo de Deus.

― Ó Pai, Deus de amor, te agradecemos por ter morrido em nosso lugar.

Essa é, infelizmente, uma oração comum, mas revela um erro grosseiro por não distinguir as Pessoas da Trindade. Somente o Filho encarnou e somente o Filho morreu em favor do seu povo. O Pai, nem o Espírito fez isso.[10]

A nossa oração é, ou ao menos deveria ser trinitariana. O nosso Senhor ensinou claramente que devemos orar ao Pai (Lucas 11.2), em nome de Jesus (isto é, por causa dos seus méritos), e no poder do Espírito Santo.

“Orando no Espírito Santo” (Judas 20), é o que devemos fazer. É ele, a Terceira Pessoa da Trindade, quem desperta em nós o desejo de orar, e quem intercede por nós, pois não sabemos orar como convém. É Paulo quem nos ensina isso claramente:

Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. (Romanos 8.26)

Todas as três pessoas da Trindade estão presentes na verdadeira oração. Dirigimo-nos ao Pai, o Filho conseguiu esse livre acesso, e o Espírito nos capacita e nos auxilia neste santo dever.

 A Trindade e a Adoração

O verdadeiro culto cristão é trinitariano. É algo inescapável. Deixe-me explicar.

Gosto como Tim Chester coloca isso:

Nossa adoração é inevitavelmente trinitariana. O Pai e o Filho se deleitam um no outro, na alegria do Espírito e juntos participamos desse deleite (Lucas 10.21-22).[11] Mas frequentemente perdemos a percepção disso quando não é algo explícito na forma como moldamos a nossa adoração. Mas a Trindade impacta nossa adoração (quer percebamos ou não)! Mesmo quando nossa adoração é fraca e desfigurada pelo pecado, o Espírito nos conecta a Cristo nosso Sacerdote, que nos representa diante do Pai na congregação celestial (Hb 2.11-13).[12]

Em outras palavras, a verdade da Trindade deveria estar explícita em nosso culto comunitário: nas orações, nos hinos e, sobretudo, na pregação. Contudo, mesmo quando isso não acontece, o culto ainda é trinitariano. O motivo é belo e enche o coração de alegria: a Trindade está trabalhando para nos perdoar e tornar o nosso culto aceitável.

Todavia, isso não é escusa para não trabalharmos em busca de um culto cada vez mais trinitariano. A nossa liturgia deve ser evidentemente triúna, e não apenas os ministros do Evangelho, mas toda a congregação deve ser capaz de explicar o motivo de ser assim.

A Trindade e “Deus como Amor”

Em 1 João 4.8, lemos que “Deus é amor”. Mesmo crianças podem entender que o amor exige a existência de mais de uma pessoa. Assim, se Deus é amor, entendemos que Deus é tanto o amante como o amado.

Mas se Deus não fosse uma Trindade, ele não poderia ser amor. Ele existiria durante uma eternidade “passada”,[13] isto é, antes de ter criado, sozinho, sem amar e sem ser amado.

A ideia de que Deus precisa de nós, de que ele precisava criar, é uma ideia de quem não entendeu a Trindade. Deus não estava sozinho, não estava em busca de alguém para amar ou por quem ser amado. Ele já amava e era amado antes da fundação do mundo. Vejamos:

Portanto, a criação não é Deus em busca de amor, mas Deus derramando o seu amor, jorrando o seu amor. O fato de ele nos criar, mesmo sem precisar, nos revela o seu amor. Se ele não estava carente de companhia (e de fato não estava!), se não necessitava da criação (longe disso!), e mesmo assim decidiu ir adiante e criar, só podemos exclamar: quão grande é esse amor!

Uma Palavra de Cautela

Não precisamos e não devemos simplificar o conceito da Trindade. Mas permitir que a explicação da Trindade seja complexa não significa entrar em todos os detalhes da Trindade econômica, muito menos nas noções especulativas a partir dos debates acadêmicos.

A Trindade não é um mistério, pois está revelada na Escritura.[14] Trata-se de uma verdade que Deus nos apresentou em sua Palavra inspirada, inerrante e infalível. Por outro lado, ela é um mistério[15] no sentido de não sabermos diversas coisas; na Escritura, não nos foi revelado tudo acerca da existência de Deus como uma Trindade. Não há uma descrição detalhada e exaustiva de como a Trindade “funciona”.

Portanto, devemos lidar apenas com aquilo que a Escritura nos revela acerca do Deus que existe, do Deus que é uma Trindade. Não nos é lícito especular sobre inúmeras verdades, muito menos a verdade sobre Deus. E mais: não apenas não sabemos tudo sobre Deus, mas não podemos, e nunca poderemos saber! Eu explico:

As Pessoas da Trindade são plenamente conhecidas apenas uma pelas outras. Deus é um ser Infinito e nós, seres finitos, não podemos saber tudo o que é possível saber sobre ele. Digo possível, pois, como já dissemos, trata-se de algo possível e factual entre as Pessoas da Trindade. Jesus diz em Mateus 11.27:

Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho…

É verdade que ao final Jesus diz: “e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Mas não se trata de uma revelação completa. Esta não é uma interpretação forçada, pois é corroborada por outras passagens, dentre elas 1 Coríntios 2.11:

Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.

O Pai conhece o Filho, o Filho conhece o Pai e ambos conhecem e são conhecidos pelo Espírito de uma forma que nunca estará acessível a nós, criaturas. A distinção Criador-criatura é instransponível. Alguns reconhecem isso, mas acham que a distinção e a limitação de conhecimento serão eliminadas no céu, após sermos glorificados. É claro que teremos um conhecimento mais claro e abrangente de quem Deus é, mas ainda será um conhecimento muitíssimo limitado. Afinal, seremos glorificados, mas não deixaremos de ser criaturas.

Este é o nosso Deus. Prostremo-nos diante dele.



[1] Sam Allberry, Connected: Living in the light of the Trinity (Nottingham: IVP, 2012), p. 13.

[2] Herman Bavinck, Dogmática Reformada — Deus e a Criação, Volume 2 (São Paulo: Cultura Cristã, 2012), p. 341. Ênfase adicionada.

[3] Ou seja, embora usemos o termo Trindade, devemos pensar em Deus como triunidade, como um Deus triúno. Há unidade na pluralidade!

[4] Stuart Olyott, What the Bible Teaches about The Trinity (Darlington, England: EP Books, 2011), 88.

[5] A tentativa de explicar a Trindade como a água em seus três estados (líquido, gasoso e sólido) é claramente uma visão modalista. Vale lembrar que qualquer analogia para a Trindade é inapropriada, pois não se trata de uma realidade presente e descoberta na criação. Conhecemos a Trindade somente mediante revelação proposicional do Criador, em sua Palavra.

[6] Ou seja, que creem naquilo que é comumente chamado de Teologia Reformada. Para os não familiarizados com a Teologia Reformada, recomendo as seguintes leituras: O que é teologia reformada, de R. C. Sproul; Calvinismo, de Abraham Kuyper; Vivendo para a glória de Deus, de Joel Beeke.

[7] Na verdade, o Breve Catecismo de Westminster, embora usado em nossos dias para instrução de adultos, foi criado para o ensino das crianças.

[8] Ou, como sugerem alguns amigos, “deleitar-se nele para sempre”.

[9] Stuart Olyott, What the Bible Teaches about The Trinity (Darlington, England: EP Books, 2011), 98.

[10] É claro, muitos dos que oram assim o fazem por ignorância, sem perceberem o que estão fazendo. Aliás, não poucos soltam essas “pérolas” devido ao nervosismo quando oram em público. A despeito da não intencionalidade desses cristãos, orar dessa maneira é afirmar a heresia do modalismo.

[11] Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai; e também ninguém sabe quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. (Lucas 10.21-22)

[12] Credo Magazine, Abril 2013, p. 18.

[13] Como Deus criou o próprio tempo, não existe uma eternidade passada.

[14] Diferente do uso popular do termo, mesmo por grandes teólogos, mistério não é algo desconhecido, algo nebuloso, muito menos um conhecimento místico. Antes, é um conhecimento que estava oculto, que era desconhecido, mas foi posteriormente revelado por Deus. O termo é muito usado pelo apóstolo Paulo e pode ser visto em diversas passagens, das quais citamos três: “Mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória” (1 Coríntios 2.7);   “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos” (1 Coríntios 15.51); “O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos” (Colossenses 1.26).

[15] Não há contradição aqui. Estou simplesmente dizendo que sabemos alguma coisa, mas não tudo (longe disso!).