Complementarismo em conflito

Wendy Alsup

Obs.: Para saber mais sobre complementarismo, sugerimos a leitura do especial do Voltemos ao Evangelho sobre o assunto

Fui criada num lar cristão bem conservador e sempre imaginava como minha vida seria se tomasse as escolhas cristãs corretas que toda moça cristã deve tomar. Eu pensava bastante sobre a esposa de Provérbios 31 e não me irritava com as expectativas geradas.

Então, eu colecionava um armário cheio de vestidos de dama de honra, sem vestido de casamento à vista. Por um tempo,  estava convencida de que nunca iria casar; um tempo em que, na minha concepção da mulher cristã, me deixou vazia de qualquer esperança de uma existência digna. Foi o pior tempo da minha vida.

Finalmente Casada (Mas…)

Eu realmente casei antes de arrumar tudo isso na minha cabeça, mas lutei com o mesmo tipo de depressão quando perdi meu primeiro filho e depois lutei com uma época de infertilidade. Mais uma vez, minha visão do plano de Deus para a mulher não transcendia o casamento ou ter filhos, então fui abalada e começava a pensar numa vida sem eles.

Depois de ter filhos, olhei em volta para as mulheres piedosas que conhecia. Poucas delas se pareciam com a noção ingênua que eu tinha de uma boa mulher cristã. Será que suas circunstâncias de vida estavam erradas? Será que elas estavam condenadas a ficar um nível abaixo da instrução bíblica por conta do modo que a vida delas era conduzida?

Complementarismo em Resgate?

Durante esse tempo, fui atrás de muitos ensinos sobre mulheres; a maioria sob a perspectiva complementarista. Eu abracei essa visão, mas descobri que a análise de Paulo sobre a lei em 2 Coríntios 3.6 estava correta: “Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica.”

Apesar de professores e autores pintarem uma instrução bíblica para mulheres como algo belo, falando dessas instruções num tom positivo e com vozes suaves, eu sentia a condenação. E não era porque eu não valorizava o que fazia em casa ou porque eu pensava que meus filhos e marido fossem um chamado menor do que o ministério fora de casa.  Era simplesmente porque eu não conseguia fazer tais coisas por mim mesma. Apresentar o mandato das Escrituras para as mulheres como coisas boas que devemos abraçar com toda a felicidade do mundo é a morte. A lei mata.

O ideal das Escrituras me assombrava

Alguns dos meus amigos parecem conseguir manter a lei por conta própria, e eles admitem a mim que o problema deles é um orgulho terrível. Entretanto, eu não conseguia fazer nada por minha conta. O ideal das Escrituras me assombrava. Esse ideal ficava na minha cabeça, e eu me sentia condenada pelo modo como ele era apresentado a mim por professores bem intencionados

À parte do Evangelho.

Cristo pagou meu débito com Deus, mas Ele não apenas trouxe minha conta espiritual para zero. A justiça da vida de Cristo era então creditada à minha conta. Saí de prisioneira com uma sentença impagável para me tornar uma filha do rei com todos os privilégios que vêm dessa posição no lar divino.

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De Cabeça Erguida

Em Cristo, ao invés de me sentir condenada pelo padrão da lei, posso erguer a minha cabeça. Eu posso olhar para as palavras das Escrituras com relação às mulheres – e até para a passagem chata de Provérbios 31 sobre a esposa – não com condenação, mas com esperança e inspiração. “Seu filho cresce e a chama de abençoada.” Sim, esse é um grande ideal. Não, eu não consigo fazê-lo acontecer por mim mesma. Em vez de me esconder de Deus em condenação, ou então desprezar a mulher de Pv 31 como um padrão impossível, eu vou a Deus, onde acho graça e misericórdia. Em Cristo, eu tenho ousado e, confiante ao Pai do céu, posso me valer de seus benefícios. Meus amigos das épocas dolorosas podem dar o mesmo testemunho do Evangelho.

Personalizando as orações de Paulo

Estou aprendendo a personalizar a oração de Paulo em Efésios 1: “Deus, abra meus olhos para a esperança do meu chamado, minha esperança em ti, e do teu poder trabalhando em mim – o mesmo poder que ressuscitou Cristo dos mortos. Eu não posso fazer isso por mim mesma, e qualquer virtude que abençoe minha família e amigos é pura graça do Senhor. Ajude-me. À parte de Ti, nada posso fazer.” Então quando vou pra cama a noite e percebo que abençoei alguém da minha família, ou algum dos meus amigos, sei exatamente quem cumpriu essas coisas em mim e posso louvá-lO por sua gloriosa graça e não a mim mesma por ser disciplinada.

Somente meditando no evangelho e, em seguida, valendo-me do meu acesso ao trono da graça, que provê meu passo da condenação à esperança sobre qualquer assunto.

Traduzido por Rafael Bello| iprodigo.com| original aqui