A essência do Hedonismo Cristão (como Piper chama) é que tudo foi feito por Deus para dar-lhe a glória, e assim (como suas criaturas) nós somos mais felizes quando estamos buscando glorificar a Deus. Na verdade, o significado de todas as coisas deriva da maneira com que elas ampliam a glória de Deus.
O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.
Isso é bem fácil de crer à primeira vista. Quando peguei o livro A Paixão de Deus por sua Glória pela primeira vez, li o sumário: todas as coisas existem para a glória de Deus. Concordei com facilidade. Mas, em seguida, na introdução, Piper atinge seus leitores com uma lista de implicações.
(Nota do Editor: Também vale a pena assistir as devocionais de John Piper sobre o tema, no Blog Fiel)
Eu não consegui ir muito longe nessa lista até perceber que tinha entendido tudo errado. Eu entendia que Deus existia para mim, e não que eu existia para ele. Eu achava que sabia o que significava que o meu propósito era glorificar a Deus. Mas essa lista me mostrou quão frágil minha teologia era. Ela me convenceu a ler mais, estudar mais e, finalmente, ir para o seminário. Estou escrevendo elas aqui para provocá-lo a ler o livro, e para ser grato por sermos feitos para Ele.
Se o fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre, então as seguintes implicações (todas retiradas do livro A Paixão de Deus por sua Glória) são verdadeiras:
Implicação # 1. A paixão de Deus por sua própria glória e sua paixão por minha alegria não se contradizem.
Implicação # 2. Deus está comprometido com a minha eterna e crescente alegria nele, assim como ele está comprometido com a sua própria glória.
Implicação # 3. O amor de Deus pelos pecadores não consiste em Ele valorizando os pecadores, mas na sua graciosa libertação e capacitação para que desfrutem e se alegrem nele.
Implicação # 4. Se a manifestação da glória de Deus e a alegria mais profunda da alma humana são uma coisa só, então toda verdadeira virtude entre os seres humanos deve levar as pessoas a se alegrarem na glória de Deus. Nenhum ato é verdadeiramente virtuoso, isto é, verdadeiramente amoroso, a não ser que venha de e aponte para a alegria na glória de Deus.
Implicação # 5. Segue-se, também, que o pecado é a troca suicida da glória de Deus pelas cisternas rotas das coisas criadas.
Implicação # 6. O céu será uma interminável e crescente descoberta da glória de Deus com uma alegria cada vez maior nele.
Implicação # 7. O inferno é indescritivelmente real, consciente, horrível e eterno – a experiência em que Deus vindica o valor de sua glória em ira santa sobre aqueles que não se deleitaram naquilo que é infinitamente glorioso.
Implicação # 8. Se a glória de Deus e o profundo deleite da alma humana são, em si, a mesma coisa, então o evangelismo significa a representação da beleza de Cristo e sua obra de salvação com uma urgência sincera de amor que trabalha para ajudar as pessoas a encontrarem sua satisfação nele.
Implicação # 9. Da mesma forma, a pregação cristã, como parte do culto coletivo da Igreja de Cristo, é uma exultação expositiva sobre as glórias de Deus em sua palavra, com o propósito de levar o povo de Deus dos prazeres fugazes do pecado para o caminho do sacrifício de obediência a Deus.
Implicação # 10. A essência da adoração autêntica e corporativa é a experiência coletiva de satisfação sincera na glória de Deus, ou um tremor por não a termos e um desejo profundo por ela.
Implicação # 11 Se a glória de Deus e o profundo deleite da alma humana são, em si, a mesma coisa, então missões mundiais são a declaração das glórias de Deus entre todos os povos não alcançados, com o objetivo de reunir adoradores que engrandecem a Deus através da alegria de vidas radicalmente obedientes.
Implicação # 12. Oração é pedir a Deus por ajuda; está claro que Ele tem gloriosamente todos os recursos e nós somos humildes e felizes em necessidade de graça. (Recebemos ajuda, ele recebe a glória.)
Implicação # 13. A tarefa cristã, em seu conhecimento acadêmico, é estudar a realidade como uma manifestação da glória de Deus, falar sobre o assunto com precisão, e saborear a beleza de Deus nela.
Implicação # 14. A maneira de glorificar a Deus na morte é encará-la como um ganho.
Implicação # 15. Finalmente, se a glória de Deus e o profundo deleite da alma humana são, em si, a mesma coisa, então, como CS Lewis disse: “É um dever cristão, como vocês sabem, que todos sejam tão felizes quanto puderem.”