Pare de pensar grande. Pense pequeno. Muito pequeno.

Em 1952, o erudito em Novo Testamento J.B. Philips escreveu um livro chamado “Your God is Too Small” [Seu Deus é muito pequeno]. Eu nunca li o livro, mas amei o título. Tantos problemas em nossas vidas advêm de ideia minúsculas e limitadas sobre Deus. Nós construímos uma imagem mental de Deus que se assemelha bastante a nós, porém com uma pontuação maior nas categorias “força” ou “sabedoria” ou “amor”. Nós somos vítimas do mesmo erro que Deus repreende no Salmo 50.21: “pensavas que eu era teu igual”. Em nossa visão e pensamentos acerca de Deus, maior é melhor. Mas há uma área na vida cristã onde maior não é melhor, onde uma visão grandiosa não irá nos servir mas, ao invés disso, nos atrapalhar. Essa área é a nossa santificação. Deixe-me explicar.

Se eu te perguntasse como você deve mudar para ser mais parecido com Jesus, você provavelmente daria um resposta rápida – ou várias! Eu preciso ser mais amoroso. Eu preciso ser menos impaciente com meus filhos. Eu preciso ter mais pureza na internet. Nós oramos por essas coisas: Deus, torne-me mais amoroso. Torne-me mais paciente. Mas então, quando nós somos impacientes ou pouco amorosos, nós ficamos desencorajados. Isso não está funcionando. Eu acho que não estou orando forte o suficiente… ou talvez eu nunca conseguirei me livrar desse tipo de pecado. Nesse ponto, ou nós ficamos desencorajados com a falha em nosso crescimento, ou nós começamos a tolerar o pecado. Nenhum desses resultados irá nos ajudar a sermos mais parecidos com Jesus. Então, qual é o problema?

O problema é que nós pensamos muito grande. Nossa figura mental de santificação é algo como uma série de interruptores que estão em “On” ou “Off”. Quando Deus nos torna mais santos, ele desliga o interruptor da “impaciência” e liga o da “paciência”. Mas isso não funciona nesses termos. Ao invés disso, nossa batalha por santidade é vencida ou perdida nas coisas comuns. Como o autor David Powlison diz, santidade acontece de grão em grão. É assim que funciona.

Eu luto contra o orgulho. Sempre lutei. Por muito tempo, pensei que a batalha contra o orgulho seria algo como: 1º de Janeiro: Querido diário, lutei contra o pecado hoje. Mas que pecador que sou! 1º de Fevereiro: Querido diário, eu consegui! Derrotei-o! Não sou mais orgulhoso! Não posso acreditar no quão humilde sou agora!

Ok, eu estou exagerando. Mas não completamente. Eu oro para que Deus me torne humilde e eu espero que isso signifique que em apenas um dia haja diferença e que eu não sinta mais vontade de receber elogios após um sermão, não sinta inveja se alguém pregar melhor que eu e não fique na defensiva se alguém me critica. (Isso ainda não aconteceu). Eu estou aprendendo a pensar pequeno. Crescer em humildade significa, ao invés de orar “Deus, me ajude a não ser orgulhoso hoje”, eu peço naquele instante para Deus: “Deus, eu fico na defensiva diante das críticas. Ajuda-me a responder com humildade neste momento”. Mortificar o pecado e desenvolver o fruto do Espírito acontece pouco a pouco. Precisamos pensar pequeno.

Então, aqui vai minha sugestão. Pegue a questão de crescimento em sua vida e quebre-a em pequenos pedaços. Se você não ouve direito sua mulher, não ore apenas: Deus, faça-me um ouvinte melhor. Ao invés disso, ore: Deus, quando eu perguntar para minha esposa como foi o dia dela nesta tarde, me ajude a ouvir a resposta inteira sem ficar pensando no que direi no final. São naqueles momentos ordinários que a santificação ocorre. Então, pense pequeno. Muito pequeno. E observe enquanto Deus te conforma à imagem de Cristo um passo de cada vez.

2 Coríntios 3.18: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.”