Jesus é o “agente” da salvação. Fé é o “instrumento” da salvação. Nós não devemos confundir os dois.
Jesus é o agente que alcanças todas as graças salvíficas por nós e em nós. Jesus “salva”, “justifica”, “santifica” e “glorifica” seu povo em cumprimento do soberano propósito do seu Pai e por meio do poder do Espírito. Seu nome é “Jesus” porque ele salva seu povo dos seus pecados (Mt 1.21).
Fé é o instrumento que recebe Jesus o salvador (Jo 1.12). Fé é o meio fraco e indefeso pelo qual Jesus concede suas bênçãos salvadoras para pobres e miseráveis pecadores como eu e você (Rm 4.16-21). Fé não é a obediência que Jesus exige quando nós ficamos aquém de suas exigências mais difíceis. Fé é uma alternativa para as exigências de Jesus (Rm 4.4-5). De fato, fé a raiz da qual toda obediência grata a Jesus nasce (Gl 5.6). Mas Jesus é o solo que nutre essa raiz e a água vivificante que a leva a dar fruto (Ef 3.17).
Quando a fé se tornar o agente da salvação, nos depararemos com vários problemas. Nós começaremos a imaginar se e quando realmente cremos, e se estamos crendo com sinceridade suficiente, força suficiente e consistência suficiente.
Quando Jesus torna-se o instrumento da salvação, também nos deparamos com sérios problemas. Em vez de confiar nele para completar a boa obra que ele iniciou em nós (Fp 1.6) e guardar sua Palavra para cumprí-la (Jr 1.12), nós começamos a pensar nele como um espectador passivo da nossa salvação, alguém que precisamos manipular por meio de atividades religiosas para que ele desperte e nos dê o que precisamos ou o que achamos que precisamos.
Jesus e fé andam lado a lado. Mas eles o fazem em ordem e relacionamento definidos. Confunda essa ordem e relacionamento e você – assim como aqueles que escutam sua confusão – terão sérios problemas espirituais. Entenda corretamente e você começará a pensar e falar muito mais sobre Jesus e seus atos salvíficos e muito menos sobre fé. E isso é algo bom: porque Jesus é um salvador espetacular e somente ele – não sua fé – é digno de sua confiança.