Em um ensaio que virou livro, David Powlison sugere que as pessoas que usam o termo “Amor Incondicional” frequentemente têm boas intenções, desejando afirmar quatro verdades inter-relacionadas:
1. “Amor condicional” é ruim – incondicional é um resumo de o oposto de manipulação, exigência, julgamento.
2. O amor de Deus é paciente – incondicional é um resumo de persistir em grandes dificuldades, ao invés de abandonar quando as coisas ficam difíceis.
3. O amor verdadeiro é um dom de Deus – incondicional é um resumo para bênçãos imerecidas, ao contrário de legalismo.
4. Deus te recebe como você é: pecaminoso, sofrendo, confuso – incondicional é um resumo para o convite de Deus aos sujos, falidos e rebeldes.
Essas coisas são verdadeiras – e preciosas. Mas Powlison oferece várias respostas a elas.
Primeiro, Powlison sugere que “existem maneiras mais vívidas e bíblicas de expressar cada uma das quatro verdades”. “As pessoas normalmente usam uma palavra vaga, abstrata – incondicional – quando a Bíblia nos dá palavras, metáforas e histórias mais vívidas e específicas”.
Segundo, não é verdade que a graça imerecida é estritamente incondicional. Jesus Cristo abriu um caminho para que experimentemos o amor bíblico de Deus ao cumprir duas condições: uma vida de perfeita obediência à vontade moral de Deus, e uma morte substitutiva perfeita em nosso lugar. Powlison escreve: “Amor incondicional? Não, algo muito melhor. As pessoas que agora usam a palavra incondicional frequentemente comunicam uma aceitação livre dessa verdade detalhada, especificamente sobre Cristo”.
Terceiro, o amor de Deus é mais que incondicional, porque intenta mudar aqueles que o recebem. “Incondicional” frequentemente quer dizer “você está ok”. Mas existe algo de errado com você. A palavra “incondicional” pode muito bem expressar as boas-vindas de Deus, mas não expressa bem o motivo dessas boas-vindas.
Quarto, “amor incondicional” carrega um monte de bagagem cultural, casado a palavras como “tolerância, aceitação, afirmação, benigno, legal”, e uma filosofia que diz que o amor não deve impor valores, expectativa ou crenças sobre o outro. De fato, a psicologia humanista até tem um termo para isso: “aceitação positiva incondicional” (Carl Rogers).
Powlison diz: “nós podemos ser melhores”.
Dizer “o amor de Deus é um amor incondicional” é um pouco como dizer “a luz do Sol do meio-dia é como uma lanterna em um apagão”. Uma lâmpada aceita certas analogias com o Sol. O amor incondicional aceita certas analogias com o amor de Deus. Mas por que não começar com o Sol brilhando ao invés da lanterna? Quando você observa melhor, o amor de Deus é muito diferente da “aceitação positiva incondicional”, a fundação das noções contemporâneas de amor incondicional.
Deus não me aceita apenas como sou;
Ele me ama a despeito de como sou;
Ele me ama como ama a Jesus;
Ele me ama o suficiente para dedicar minha vida a renovar-me à imagem de Jesus.Esse amor é muito, muito, muito melhor que incondicional! Talvez pudéssemos chamá-lo de amor “contracondicional”. Apesar das condições para conhecer as bênçãos de Deus, Ele me abençoou porque Seu Filho cumpriu às condições.
Apesar do meu débito, Ele me ama.
E agora eu posso começar a mudar, não para merecer o amor, mas por causa do amor.
Você precisa de algo melhor que amor incondicional.
Você precisa da coroa de espinhos.
Você precisa do toque da vida dado ao filho morto da viúva de Nain.
Você precisa da promessa ao ladrão arrependido.
Você precisa saber que “não te deixarei, nem te desampararei”.
Você precisa de perdão.
Você precisa de um Pastor, um Lavrador, um Pai, um Salvador.
Você precisa tornar-se como aquele que te ama.
Você precisa do melhor amor de Jesus.
Traduzido por Josaías Jr. | iPródigo | Original aqui