Eles se sentam ao seu lado e seus pés nem tocam o chão. Você está pensando “o que será, se é que há algo, desse sermão que está entrando na cabeça do meu filho?”. E ao pensar nisso você já decidiu que não vai abordar o assunto do sermão mais tarde. Mas não precisa ser assim.
Deixe-me apresentar a você a regra mais importante a respeito de conversar com seus filhos sobre o sermão: eles retém mais do que você imagina. A segunda regra mais importante é essa: eles entendem mais do que você pensa.
Leve a sério essas duas verdades e tome a decisão, como pai, de conversar com seus filhos sobre os sermões que vocês escutam. Estou escrevendo isso tanto como pregador quanto como pai de quatro garotos com menos de 11 anos. Eu falhei, sucedi e falhei de novo ao falar com meus filhos sobre Jesus. E ainda é um trabalho árduo, conforme eles crescem. Mas é um bom trabalho.
O centro do evangelho é Jesus nos conduzindo ao seu Pai amoroso. Na adoração, podemos fazer uma condução semelhante – podemos levar nossos filhos a Jesus. Não perca essa oportunidade.
1. Lembre-se do tema geral. Não importa se você faz anotações por escrito. Lembre-se do tema mais amplo que está sendo ensinado. Se seu pastor prega por 40 minutos, então tente fazer uma nota mental do que você conseguiu entender até os 20 primeiros. Não se sinta desencorajado se você não memorizar cada ponto; guarde tantos quantos você consiga.
2. Entenda o ponto principal. Cada passagem e cada sermão – não importa o que o seu pastor diga – tem um ponto principal. Agarre-o quando ele passar e não o deixe fugir. E, como palavra de precaução, todo pregador tem um dia ruim. Às vezes a estrutura do sermão parece um exemplar de arte abstrata. Se for o caso, faça o melhor que puder. Mas não deixe o pregador orar para encerrar sem ter em sua mente um ponto principal.
3. Como Jesus é o herói? Agora que você tem um resumo e um ponto principal, certifique-se de que você também tem Jesus. Como Jesus foi o herói do sermão? Crianças são egoístas incorrigíveis – assim como a maioria dos adultos. Certifique-se de que você tem um monte de coisas para falar sobre Jesus, não importa de qual livro da Bíblia o sermão veio, ou para onde o pregador levou o texto. Sem uma ênfase em Jesus, os pequenos santos da sua casa crescerão pensando que a Bíblia só fala a respeito deles mesmos.
4. Aborde seus filhos com perguntas abertas. Até aqui você já sabe o resumo e consegue se ater ao ponto principal. Você sabe também que vai falar muito sobre Jesus. Agora aborde seus filhos com qualquer tipo de pergunta que você possa imaginar… exceto as que podem ser respondidas com “sim” ou “não”. Alguns exemplos:
- Questões “de dentro da história”: “O que você pensaria se fosse um soldado israelita e visse o grande Golias caminhando em direção ao pequeno Davi?”
- Questões emotivas: “Se você fosse cego, como se sentiria se Jesus pusesse as mãos em seus olhos e os consertasse para que você pudesse enxergar?”
- Questões direcionadas: “O jovem rico estava errado porque achava que poderia ganhar o favor de Deus. Por que é bobagem pensar que podemos conquistar o favor de Deus ao fazermos coisas boas?”
- Questões de ação: “O que você faria se Jesus transformasse um furacão em uma brisa leve bem na sua frente?”
- Questões de aplicação: “Se Jesus te perdoou, você acha que poderia perdoar o Joãozinho quando ele joga um carrinho na sua cabeça?”
- Questões de imaginação: Você conhece seus filhos melhor que eu. Invente algumas perguntas.
5. Certifique-se de que o evangelho está claro. Jesus morreu por pecadores. Isso é muito simples e pode ficar muito complexo. Mas não importa qual for a passagem, não se atreva a ensinar moralismo aos seus filhos. Diga a eles que Jesus já fez tudo que foi necessário para que eles possam saber que Deus se regozija neles. Quando você disser a eles para fazerem algo, sentirem algo ou pensarem algo, mostre como essas coisas são motivadas pelo amor de Deus, não por medo, culpa ou orgulho.
6. Seja o primeiro a orar e confessar. Conversar com seus filhos sobre o sermão diz respeito tanto quanto a deixar que eles vejam o que você aprendeu quanto é ensiná-los sobre o que eles ouviram. Se o pregador está ajudando a congregação a diagnosticar um pecado, mostre a suas crianças o quanto isso te afetou. Você poderia dizer “Vocês sabem, às vezes o papai luta para não ficar com raiva, e é aí que eu percebo que preciso de Jesus”. E quando for a hora de orar, deixe que eles orem depois de você. Seja um modelo de como um cristão fala com Deus.
7. Percorra o caminho de migalhas. Seus filhos irão te mostrar o caminho. Vá com eles. Você descobrirá uma infinidade sobre o que eles pensam. E você pode acabar aproveitando a jornada inesperada por esse caminho.
8. Lembre-se das primeiras duas regras. Você pode ter cumprido todas as 7 dicas anteriores e ainda sentir como se fosse uma grande perda de tempo; como se nada tivesse entrado nas cabeças deles. É nesse ponto que você precisa se lembrar das duas primeiras regras:
- Eles retém mais do que você imagina.
- Eles entendem mais do que você pensa.
E eu te prometo isso: eles irão se lembrar desses momentos com você. Eles irão se esquecer de um monte de coisas, mas não irão esquecer das tardes de Domingo com o papai e a mamãe conversando sobre Jesus.