Do Jardim à Cruz

Tim Challies
Tim Challies

Sei que não é muito bom transformar um sermão em post, mas vou fazer assim mesmo (ei, é o meu blog!). Ontem, preguei sobre Gênesis 3 e tive grande alegria em ir do Jardim até a Cruz. Podemos fazer isso de muitas maneiras, mas escolhi fazê-lo através dos querubins. Posso te pedir para continuar lendo? Acredito que você achará isto um grande incentivo.

No final do capítulo 3 de Gênesis, o Senhor sentenciou a serpente, a mulher e Adão, e os baniu do Jardim do Edén – banindo-os de Sua presença e do lugar onde eles poderiam ter acesso à árvore da vida, de onde poderiam comer e viver para sempre como seres pecadores imortais. Antes da entrada, para garantir que eles jamais pudessem voltar para o Jardim, Ele colocou uma espada flamejante e os querubins.

O que é um querubim? Querubins não são vistos da maneira correta, acho. Quando pensamos em querubins, temos a tendência de imaginar anjinhos gorduchos que ajudam as crianças a dormir. De acordo com a Bíblia, porém, os querubins são terríveis guerreiros, guardiões das coisas de Deus. Eles são descritos com uma aparência humana no geral, mas também com o rosto de um leão ou de uma águia – criaturas ferozes, predadores. Eles têm asas – às vezes dois pares e às vezes apenas um. Estas são criaturas criadas especificamente para proteger, lutar e destruir. Você não gostaria de se encontrar com um querubim e nem de que seus filhos pensassem neles quando estão tentando dormir!

Eram querubins que estavam no topo da Arca da Aliança; suas asas estavam esticadas sobre o propiciatório. Foi dali, do propiciatório, sob as asas dos querubins, que o Senhor falou a Moisés, por isso lemos no Antigo Testamento que Deus é o Deus entronizado entre os querubins. Estas são criaturas sagradas, criaturas que estão perto da presença de Deus. Eles não são fofinhos, não são imaginários. Eles são poderosos, são fortes, são santos, eles vão destruir completamente qualquer coisa profana que se aproxime da presença de Deus. Eles são os guardiões derradeiros. Este é o trabalho deles e eles fazem isso com perfeição!

Você vê o quão profanos Adão e Eva tornaram-se? O quão profanos nós nos tornamos? Entre nós e Deus agora temos esse tipo de criatura para nos manter longe Dele, para guardar a Sua presença da nossa poluição, do nosso pecado.

Então, havia o Jardim e árvore da vida – a árvore que Adão e Eva e todos os seus filhos poderiam dela comer e viver. E agora entre eles estava o querubim com a espada flamejante. O caminho estava barrado. Nenhum homem agora poderia se aproximar de Deus. Nenhum homem poderia se aproximar de Deus, nem comer e viver para sempre. O homem deve morrer. Ele deve morrer e voltar ao pó de onde foi tirado. Nenhum homem poderia enfrentar os querubins e viver. É aí que termina Gênesis 3. Mas, felizmente, a Bíblia continua. E como ela continua, nós encontramos novamente os querubins. Então, só rapidamente, vamos seguir os querubins. Vamos seguí-los…

…Ao Tabernáculo

O próximo lugar onde encontramos os querubins está no deserto. Quando os israelitas deixaram o Egito e vagaram pelo deserto durante 40 anos, Deus disse-lhes para construir um tabernáculo, um lugar de adoração.

Esse tabernáculo tinha um pátio onde todo o povo de Deus poderia ir para fazer seus sacrifícios, para ser justificado diante de Deus. Havia um local interno fechado, o Santo Lugar, onde apenas os sacerdotes podiam ir. E havia o Santíssimo Lugar, o Santo dos Santos, onde apenas um homem poderia ir, e ele ia apenas uma vez por ano. Este era o centro do tabernáculo, o auge. Este é o lugar onde a Arca da Aliança repousava, a arca em que Deus habitava entre os querubins. Deus havia habitado no Jardim do Éden; agora Deus habitava no tabernáculo, na arca, entre os querubins.

Entre o Santo Lugar e o Santíssimo Lugar havia uma cortina, uma espessa cortina de fios azul, púrpura e escarlate e linho fino torcido. Esta cortina era para manter todos longe – mantê-los longe de Deus. E trabalhados dentro cortina pelos melhores artistas, estavam as imagens dos querubins. Entre Deus e o povo, entre o povo de Deus e a presença de Deus no Santo dos Santos estavam os querubins. Lá, nas cortinas, eles declararam que ainda eram os guardiões, que tinham que manter os seres profanos fora da presença de Deus, que o caminho ainda estava impedido. Os israelitas fizeram seus sacrifícios, realizaram o que Deus lhes disse para fazer, mas sempre souberam que Deus estava escondido atrás da cortina, atrás dos querubins, longe dos pecadores.

…Ao Templo

Os anos continuaram a passar. Quando o povo de Deus conquistou a terra e o Senhor concedeu-lhes um tempo de paz, Salomão construiu um templo ao Senhor. O tabernáculo era para andarilhos, mas o templo era para as pessoas que agora estavam instaladas na terra da promessa, para as pessoas que tinham vindo para casa. Como no tabernáculo, o templo tinha um pátio exterior para todos, o Santo Lugar para os sacerdotes e o Santíssimo Lugar, o Santo dos Santos.

Dentro do Santo dos Santos, o lugar onde somente o sumo sacerdote poderia ir, e poderia ir apenas uma vez a cada ano, havia dois querubins enormes, cobertos de ouro, cada um com aproximadamente 5 metros de altura e 5 metros de envergadura. Esses querubins estavam lado a lado, asa a asa, com a Arca da Aliança entre eles, debaixo de suas asas. E mais uma vez uma cortina dividia o Santo Lugar do Santíssimo Lugar. Dividia Deus do homem. E sobre essa cortina eram bordadas os mesmos querubins, aqueles mesmos guerreiros ferozes. Em um véu cor de sangue, uma cortina de linho grosso, estavam os guardiões de Deus. E, novamente, eles declaravam a todos, a todo o povo de Deus, que o caminho estava barrado. Você não pode se aproximar de Deus. Você não pode estar em sua presença. Você é povo profano e os querubins vão acabar com você se você se atrever a se aproximar deste Deus santo.

A mensagem era clara. Os querubins eram uma imagem, uma lição. Deus é santo. Você não é. O caminho está fechado!

…À Cruz

O templo estava de pé quando Jesus caminhou sobre a terra. Ele visitou o templo quando era menino. Ele purificou o templo durante os anos de seu ministério, repelindo os cambistas para longe dele. Ele morreu em uma colina não muito longe do templo.

Deixe-me falar sobre isso por um momento. Jesus declarou que ele era Deus e homem, que, como Deus, ele estava livre de qualquer pecado e que, como homem, poderia concretamente representar todos os outros seres humanos; o homem Adão tinha representado a todos nós em seu pecado e agora Jesus seria o Segundo Adão, o segundo grande representante (lemos sobre isso em Romanos). Ele declarou que iria fazer algo que só ele poderia fazer – trocar nossos pecados por sua bondade. Ele iria nos dar o que não merecemos, o que não poderíamos fazer por nós mesmos.

Não podemos nos tornar bons diante de Deus. Precisamos de alguém para ser bom por nós e para nos dar a sua bondade. Ela não pode vir de dentro, então teria de vir de fora. Tinha que ser um presente. Tinha que ser graça – algo que não é devido a nós; algo que não merecemos. Jesus era bom; Ele não pecou, nem mesmo uma vez. E Ele declarou que quando morresse teria de enfrentar a ira de Deus contra o pecado de todo aquele que algum dia iria querer se reconciliar com Deus. Ele iria enfrentar a maldição do pecado em nosso nome.

E assim Ele foi pregado numa cruz. E como foi pendurado lá, Ele foi amaldiçoado por Deus. Ele não sofreu por seu próprio pecado, como os criminosos comuns ao seu lado, Jesus não tinha pecado! – mas pelos pecados do povo que ele amava. Ficou pendurado lá até que sua obra estivesse consumada. E no momento em que ele morreu, uma coisa notável aconteceu. Ele clamou “Está consumado!” e então, assim que Ele morreu, assim que Ele foi estar com seu Pai, o véu, essa cortina que pendia no templo, a cortina bordada com a imagem dos querubins, se rasgou em duas. Aquela pesada cortina foi destruída. Na morte de Jesus, tornou-se obsoleta, antiquada, inútil, abolida.

Deus rasgou o véu em dois, declarando que Cristo tinha conseguido. Ele tinha feito o que era necessário. Esta cortina não foi rasgado de baixo para cima pela mão do homem, mas de cima para baixo pela mão de Deus. Os querubins tinham ido embora. A espada flamejante tinha ido embora. Eles já não eram necessários. Eles se afastaram.

[tweet link=”http://iprodigo.com/?p=5699″]A cortina bordada com imagem de querubins se rasgou em duas. Na morte de Jesus, tornou-se obsoleta, antiquada, inútil.[/tweet]

…A Você

Você vê o que acontece? Não temos mais de nos aproximar por meio dos querubins, através dos guardiões. Entre nós e Deus agora existe Jesus, um homem como nós, um homem que nos chama e nos diz para vir. Ele diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Ele diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve”.

O homem agora pode se aproximar de Deus. E o homem agora pode se aproximar de Deus através de Jesus Cristo com ousadia. Pense na carta aos Hebreus, onde encontramos estas palavras: “Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu… aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé.” De repente, podemos chegar diante de Deus, e não com terror e apreensão, mas com confiança e com plena segurança.

E isso é algo impressionante e  maravilhoso. Isso é graça; é o que nós não merecemos, mas gravemente necessitamos receber.

Traduzido e cedido por Josie Lima | iPródigo | original aqui