Então você quer pecar, certo? Eu entendo isso. Eu já senti isso. Eu já senti isso hoje. E ontem. E anteontem. Posso pedir apenas 4 ou 5 minutos do seu tempo? Depois você pode ir e pecar o quanto você quiser. Mas, antes, queria que você lesse algumas palavras e parasse um momento para pensar sobre elas.
Pense, cristão, que Cristo veio do lado do Seu próprio Pai, onde Ele havia existido eternamente, para esse mundo de dor, sofrimento e morte; que o próprio Deus se manifestou em carne, o Criador se fez criatura; que Ele que era revestido de glória agora revestiu-se de carne mortal; que Aquele que enchia os céus e a terra com sua própria glória seria colocado numa manjedoura; que o Deus todo poderoso fugiria de homens fracos – o Deus de Israel escapando para o Egito; que o Deus da lei estaria agora sujeito à lei, o Deus da circuncisão circuncidado, o Deus que fez a terra e os céus trabalhando com José como carpinteiro de uma cidade pequena.
Pense que Aquele que aprisiona os demônios em cadeias seria tentado por Satanás; que Ele, que tem o domínio sobre todo o mundo e tudo que nele há, teria fome e sede; que o Deus da força ficaria cansado, o Juiz supremo sobre toda carne condenado, o Deus da vida morto; que Ele que é um com seu próprio Pai clamaria em meio a sua miséria: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?”; que Aquele que possui as chaves do inferno e da morte jazeria morto numa tumba emprestada, não tendo, sequer em vida, um lugar para repousar a cabeça, e não tendo, em sua morte, lugar para repousar o corpo.
Pense que aquela cabeça, perante a qual anjos deitavam suas coroas, seria coroada por espinhos, e aqueles olhos, mais puros que o sol, seria invadidos pela escuridão da morte; e aqueles ouvidos, que não haviam escutado nada mais que Aleluias dos santos e dos anjos, escutariam blasfêmias da multidão; que aquela face, que havia eternamente visto o Pai, seria cuspida por seus opositores; que aquela boca que falou como nenhum homem jamais falou, antes ou depois, seria acusada de blasfêmia; que aquelas mãos, que haviam moldado e mantido o próprio firmamento, seriam cravejadas na cruz; que aqueles pés, que eram “como bronze polido”, seriam pregados na cruz pelos pecados dos homens.
Pense que Ele sentiu a agonia da lança e dos pregos no próprio corpo; que Ele sentiu o cheiro podre do lugar da Caveira; que Ele sentiu o gosto do vinagre e da bílis naquela cruz; que Ele ouviu as zombarias e as reprovações; que Ele viu seus discípulos e sua própria mãe aflitos pelo luto iminente; e durante todo esse tempo sua alma não teve conforto ou consolo algum, pois Ele havia sido abandonado, desamparado pelos homens e por Deus.
Esse foi o preço do seu pecado. Esse foi o preço do pecado que você quer desfrutar.
Você ainda quer pecar?