Quer tenham lido em Eclesiastes, quer tenham ouvido dos The Byrds, muita gente em nossa cultura conhece a seguinte poesia bíblica:
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
há tempo de nascer e tempo de morrer;
tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
tempo de matar e tempo de curar;
tempo de derribar e tempo de edificar;
tempo de chorar e tempo de rir;
tempo de prantear e tempo de saltar de alegria;
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras;
tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
tempo de buscar e tempo de perder;
tempo de guardar e tempo de deitar fora;
tempo de rasgar e tempo de coser;
tempo de estar calado e tempo de falar;
tempo de amar e tempo de aborrecer;
tempo de guerra e tempo de paz.”
(Eclesiastes 3.1-8)
O começo de um novo ano marca um tempo no qual nós podemos tomar decisões, anotar nossos objetivos e planejar eventos especiais. Mas no meio de todas essas resoluções, objetivos e planos, a Palavra de Deus nos chama a reconhecer sua soberania e providência em nossas vidas. O Breve Catecismo de Westminster nos lembra que “As obras da providência de Deus são a sua maneira muito santa, sábia e poderosa de preservar e governar todas as suas criaturas, e todas as ações delas.” (BCW 11). Deus governa todas as coisas, incluindo o tempo. Sua soberania se estende sobre cada evento, até a eternidade.
Quando lemos os Evangelhos, vemos que Jesus assume exatamente a mesma autoridade sobre o tempo que o Pai. Jesus sempre sabia o tempo. O hino “Coroá-lo com muitas coroas” (N. do E.: No Brasil, “Oh Venham Coroar”) corretamente chama Jesus de “Senhor dos anos, o Potentado do tempo” Em várias ocasiões os discípulos perguntaram a Jesus quando “o tempo” viria. Eles estavam querendo saber quando o reino terreno do Messias seria inaugurado. Como crianças em uma longa viagem de carro, eles ficavam pressionando o Senhor com a pergunta “Já chegamos? Já chegamos?”. Jesus pacientemente respondeu dizendo que sua “hora ainda não era chegada”. Houve um tempo apropriado para tudo o que Jesus fez. Houve um dia específico para Jesus nascer. Havia também um tempo em que ele iria morrer. “Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.” (Romanos 5.6) Houve tempo para tudo que Jesus fez e todo esse tempo estava sujeito à boa vontade do Pai. Com que frequência nós pulamos de uma atividade para outra à medida que tentamos forçar nossa própria vontade em nossas agendas? Com que frequência declaramos nossos planos a Deus e esperamos que ele se adeque? Em vez disso, precisamos aprender a esperar em Deus e seu tempo. Paciência é um exercício de fé na soberania e bondade de Deus.
Quando olhamos para 2017 diante de nós, faremos bem em lembrar que Deus é aquele que ordena nossos dias e é soberano sobre nosso tempo. “Há tempo de nascer e tempo de morrer”. Alguém já disse que “nascimento e morte são dois compromissos que nenhum homem marca, mas aos quais todo homem atende”. Seu nascimento não foi planejado por você, nem sua morte vai ser. Esses compromissos descansam no bom, perfeito e soberano tempo de Deus. Toda a preocupação e aperreio com os vários eventos desse ano não vão aumentar nem um segundo à sua vida (Mateus 6.27). Então, neste novo ano, tenha esperança de se livrar da ansiedade e preocupação. Confie que Deus tem sua vida sob controle.
Vamos começar esse ano novo com uma fé maior em Deus. E como resultado de nossa fé na soberania de Deus sobre todas as coisas, devemos atentar à admoestação de Paulo para “remir o tempo” (Efésios 5.16). Como o Pregador de Eclesiastes disse, há tempo para tudo debaixo do céu. Procure o direcionamento de Deus nas Escrituras e em oração para fazer o melhor uso do tempo. Siga em frente com uma confiança firme em Deus porque ele “anuncia o fim desde o começo” (Isaías 46.10). Se olharmos para o tempo com uma confiança fiel em Deus, então vamos contar nossos dias com um coração sábio (Salmos 90.12) e glorificar a Deus porque “ fez tudo formoso no seu devido tempo” (Eclesiastes 3.11).