Deus não nos aflige ou permite sermos afligidos por nada
Ele tem propósitos maravilhosos para tudo que faz em nós. Deus é o grande artista que produz obra-prima definitiva – filhos e filhas à semelhança de seu Filho Jesus Cristo. Assim, ele faz com que cada traço de pincel do Mestre, cada toque da talhadeira do Escultor conte.
Assim, no plano de Deus, aflições têm grande benefício para nós, mesmo sendo tão dolorosas como, às vezes, são. Se mantivermos estes benefícios em mente ao sofrermos, eles podem nos ajudar a suportar alegremente.
Aflições nos livram do orgulho. Paulo disse que Deus lhe deu seu doloroso espinho “para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações” (2 Coríntios 12.7).
Aflições nos fazem empáticos, misericordiosos e tardios em julgar. Se você já sofreu a fúria da depressão, não vai presumir que pessoas deprimidas estão em pecado. Se você foi afligido por um adolescente rebelde, será rápido em ter empatia por outros pais que lutam contra isso.
Aflições nos lembram da brevidade da vida e nos fazem ansiar pelo céu, onde está nosso verdadeiro tesouro. “Quando as coisas estão muito a nosso favor, nossos corações estão bastante propensos a dizer: ‘É bom estar aqui!’”(John Newton).
Aflições nos impelem a orar e a manter-nos dependentes de Deus. Muitos dias de sol e estamos prontos a esquecer do quanto precisamos do Senhor. Mas, assim como tempestades nos fazem correr para o abrigo, as aflições nos fazem correr para o nosso Refúgio e Fortaleza, e clamar como Davi: “Volta-te para mim e tem misericórdia de mim, pois estou só e aflito” (Salmos 25.16).
Aflições são oportunidades para Cristo mostrar seu poder em nós. Enquanto podemos lidar com nossa própria força, não veremos o poder de Deus. É quando a carga fica muito pesada para nós que Cristo se aproxima e diz: “Ei, deixe-me tirar isso de você” e revela sua força que sustenta o universo. “Mas ele me disse: ‘Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza’” (2 Coríntios 12.9).
Aflições nos conduzem à Palavra de Deus. “Foi bom para mim ter sido castigado, para que aprendesse os teus decretos” (Salmos 119.71). Um colete salva-vidas não significa muito para alguém relaxando em uma espreguiçadeira enquanto lê um romance. Mas quando o navio está afundando e alguém está à deriva no oceano, aquele colete significa tudo. Quando estamos afundando em aflição, nos agarramos às promessas de Deus e elas nos sustentam.
Aflições rendem conforto sobrenatural. “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações” (2 Coríntios 1.3-4).
Aflições provam a realidade da graça de Deus em nossas vidas. Como alguém suporta anos de doença, mas continua feliz? Como uma mulher perde o marido para o câncer, mas se une aos santos no domingo seguinte e ergue as mãos em adoração? O que faz um marido se importar com sua esposa torturada pelo Alzheimer e continuar a amar a Deus? A maravilhosa graça de Deus! Resistir mesmo em meio a aflições é uma evidência que não temos crido em alguma filosofia ou fábula vazia.
Aflições nos fazem gratos quando Deus nos livra delas. “Clame a mim no dia da angústia; eu o livrarei, e você me honrará” (Salmos 50.15).
Aflições produzem frutos únicos que não crescem em outro solo. Frutos como fé, paciência, perseverança, mansidão, longanimidade. A única maneira de obtê-los é por meio de experiências que necessitem de seu uso.
Aflições manifestam a fidelidade de Deus e seu grande poder de sustentação. “Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8.35,38-39).
Finalmente, as aflições nos tornam semelhantes a Cristo. O objetivo final de Deus é nos conformar à imagem de seu Filho, para que possamos gozar dele para sempre. Então, em última instância, as aflições são para nossa eterna alegria e regozijo em Jesus.