Eu confesso. Sou maníaco por controle.
Para dar um nome melhor para minha mania, eu poderia dizer que é porque eu sou “disciplinado” e gosto de planejar o meu tempo. Mas essa não é a realidade. A verdade é que eu gosto de estar no controle, porque isso me faz sentir poderoso e seguro. A questão central é que eu estou à procura de segurança em algo que não seja Deus. Então, é idolatria, não disciplina.
Se você gosta de estar no controle das situações, então você sabe o que significa interrupções. Elas são frustrantes. Atrapalham seus planos. Precisam ser evitadas, descartadas ou tratadas o quanto antes para você poder voltar ao controle, certo?
Errado.
Aqueles entre nós que seguem Jesus não deveriam agir assim quando interrompidos. Nós não deveríamos encarar interrupções como obstáculos para nossos planos, mas oportunidades de abraçar os planos de Deus.
Jesus interrompido
Não consigo evitar de ficar maravilhado com o jeito que Jesus lidava com as interrupções. Pegue a historia em Mateus 14, quando Jesus descobre a decapitação de João Batista. Ele se entristece com a notícia e quer ficar só. Então, o que ele faz? Ele entra no barco e começa uma viagem para conseguir algum consolo e alívio.
Mas o consolo de Jesus é interrompido. Uma grande multidão fica sabendo do seu plano e vai para a outra margem esperar por ele.
Imagine Jesus enquanto se aproxima da margem e enxerga as milhares de pessoas esperando para encontrar com ele. A maioria de nós ficaria frustrada com essa visão. Provavelmente pensaríamos no melhor jeito de mandar todo mundo embora. Ou talvez ficássemos no barco e iríamos para outro lugar.
Mas não é essa a reação de Jesus. Ele não está frustrado. Mateus diz que ele sentiu compaixão pelas pessoas.
Compaixão?
É, enquanto estou ocupado imaginando uma forma de me manter no controle, Jesus está pensando em como ele pode mostrar compaixão. Ele não fica se lamentando. Ao invés disso, ele coloca os outros em primeiro lugar. O que provoca frustração em nós, provoca compaixão nele!
Interrupções e coisas da “vida real”
A maioria de nós acha que as interrupções atrapalham a “vida real”. É por isso que não gostamos delas. Elas nos lembram que não estamos no controle.
- O tráfego mais pesado que o de costume, e você perde o compromisso;
- Circunstâncias imprevistas que fizeram você perder o prazo;
- Seu filho que pegou uma gripe exatamente quando você deveria sair de férias.
C. S. Lewis recomendou que cristãos parassem de olhar tudo que é desagradável como interrupções de sua “própria” vida, ou vida “real”. Ele escreve:
É claro que a verdade em torno do que se chama de interrupções é exatamente a própria vida real – a vida que Deus está dando dia-a-dia: o que se chama de ‘vida real’ de uma pessoa é um fantasma de sua própria imaginação.
Interrupções não são obstáculos aos nossos planos; elas são oportunidades para nós abraçarmos os planos de Deus.
Assim, a próxima vez que a vida real colidir com sua ideia que você está “no controle”, procure pela oportunidade de mostrar a compaixão de Cristo. Ao invés de ficar frustrado com a presença de outras pessoas, procure pela oportunidade de refletir a compaixão do Salvador.