Esperando ansiosamente por seu aniversário de 28 anos? Ou lembrando que você fez nessa data? Mark Zuckerberg, presidente do Facebook nunca vai esquecer o seu dia especial. Quatro dias depois de seu 28º aniversário, o Facebook foi aberto aos investidores públicos e começou a ser negociado na Nasdaq. Estima-se que valha 100 bilhões de dólares.
Pessoas de vinte e poucos anos poderiam responder a isto de, pelo menos, duas maneiras. Ou eles podem ser inspirados pelo espírito empreendedor e trabalho duro, ou ser desencorajados porque nunca irão alcançar tal sucesso.
A maioria vai ser desencorajada. Aos 28 anos, muitos enfrentam o que chamamos de “crise de um quarto de vida”, graças a duas grandes mentiras que nossa cultura promove entre crianças na escola, alunos na faculdade e profissionais do mundo dos negócios. A primeira grande mentira é grande, “Se você trabalhar duro o suficiente, você pode ser qualquer coisa que quiser”. Muitas vezes, ela é vendida como o sonho americano, expresso em ditados populares como “Na América, qualquer um pode crescer até alcançar a presidência”.
A segunda mentira é grande como a primeira, mas possivelmente ainda mais prejudicial: “Você pode ser o melhor do mundo. Se você se esforçar o suficiente, você pode ser o próximo Zuckerberg”.
Essas mentiras são aceitas por muitos cristãos, bem como por não-cristãos. Elas catastroficamente danificam nosso ponto de vista do trabalho e da vocação, porque elas têm distorcido o nosso ponto de vista bíblico de sucesso.
O ídolo do Sucesso
O sucesso, definido como ser o mestre de seu próprio destino, tem se tornado um ídolo cultural. Em Deuses Falsos, o pastor Tim Keller descreve esse ídolo:
Mais do que outros ídolos, sucesso e realização pessoal conduzem para uma sensação de que nós mesmos somos Deus, que nossa segurança e valor se baseiam em nossa própria sabedoria, força e desempenho. Ser o melhor no que faz, estar no topo da pilha, significa que ninguém é como você. Você é supremo.
Se vamos redescobrir a doutrina bíblica do trabalho e entender corretamente o nosso chamado vocacional, temos de buscar uma definição mais atemporal e fiel de sucesso.
O saudoso John Wooden, o treinador de basquete universitário mais bem sucedido da história e um cristão comprometido, uma vez foi questionado sobre como ele definiria sucesso. Ele respondeu:
Sucesso é a paz de espírito diretamente resultante da auto-satisfação de saber que você fez o seu melhor para se tornar o melhor que você é capaz de se tornar.
O Novo Testamento define o sucesso de uma forma similar na Parábola dos Talentos (Mateus 25.14-30). Esta parábola oferece uma visão profunda, não só na definição de sucesso, mas também para o propósito do nosso chamado para trabalhar. Jesus ensina que o reino dos céus é como um homem que sairá em uma longa viagem. Antes de sair, ele dá a três servos diferentes quantidades de dinheiro, denominados talentos. Seja qual for o seu valor exato, no Novo Testamento, um talento indica uma grande soma de dinheiro, talvez até tanto quanto um milhão de dólares em moeda de hoje.
O homem dá cinco talentos ao primeiro servo, dois talentos para o segundo e um talento para o último – cada um segundo suas habilidades. Após seu retorno, o mestre pergunta o que seus funcionários fizeram com o dinheiro. O primeiro e o segundo duplicaram seus investimentos e receberam elogios do mestre. O terceiro servo, a quem foi dado um talento, guardou o dinheiro, mas não fez nada para aumentar a quantia. Ele foi condenado pelo mestre por sua inatividade.
Deus fornece as ferramentas que precisamos
O que quer que eles representem – habilidades naturais, dons espirituais ou outros recursos – os talentos, nesta parábola pelo menos, representam ferramentas que Deus nos dá para levar a cabo o seu mandato dado no Jardim para “dominar” sobre a terra – para tecer novamente a paz (shalom) na criação – e para cumprir a Grande Comissão de Jesus, de fazer discípulos. Neste contexto, podemos assumir duas coisas a partir da parábola:
- Deus sempre nos dá o suficiente para fazer o que ele exigiu.
- O que quer que o Senhor nos dê agora, Ele vai questionar-nos sobre isso mais tarde, esperando que trabalhemos diligentemente com esses recursos para promover o seu reino.
Por isso, a nossa definição de sucesso deve ser sobre se temos cultivado e investido nossos talentos dados por Deus e, pela fé, aproveitado as oportunidades divinas para usá-los – quer tenhamos recebido um, dois ou cinco talentos.
Esta definição deve nos atemorizar. Somos chamados a maiores alturas da mordomia do que jamais imaginamos. Mas também é um alívio: só somos chamados a sermos mordomos dos nossos próprios talentos e oportunidades, e não aqueles atribuídos a pessoas como Mark Zuckerberg ou Steve Jobs.
Cabe a nós se o Mestre responderá: “Bem feito, servo bom e fiel… Entra no gozo do teu senhor”, ou “Servo mau e preguiçoso!” O amor do Mestre dirige e inspira nosso trabalho. Nós não estamos trabalhando para nos tornar o próximo Zuckerberg, embora alguns possam ser chamados a tal influência. Nós estamos simplesmente trabalhando para receber elogios do Mestre.