O incrédulo poeta percebe a Verdade

John Piper
John Piper

Como todos os seres humanos são criados à imagem de Deus (Gênesis 1.27), as obras da lei de Deus estão gravadas em seu coração (Romanos 2.15), os céus declaram a glória de Deus para todos que possam ver (Salmo 19.1), Deus colocou a eternidade no coração do homem (Eclesiastes 3.11), pela providência de Deus, toda pessoa está tateando em busca dele (Atos 17.27) e em Deus, todos nós vivemos, nos movemos e existimos (Atos 17.28), não é uma grande surpresa quando as pessoas que não ainda não enxergaram a glória de Cristo percebem, mesmo que de relance, o que o mundo realmente é, e depois não sabem o que fazer com isso.

Stephen Dunn é um poeta ganhador do Prêmio Pulitzer e não é cristão. “Eu penso que Deus é uma metáfora. Deus é uma metáfora para as origens e os mistérios do mundo… Eu penso nas crenças como provisórias. Elas não são constituídas de qualquer coisa fixa”.  Em uma entrevista para a revista Books and Culture, Aaron Rench o questionou sobre seu livro The Insistence of Beauty [A Persistência da Beleza].

A respeito do seu livro The Insistence of Beauty, o que é essa noção de que a beleza tem uma qualidade insistente e atrativa em si? Porque a beleza é assim?

Dunn responde:

Eu penso apenas que a beleza é irresistível. Ela nos rende. Leva embora nossos argumentos. E se você expande a noção de beleza – que há beleza no tosco ou no feio – as coisas ficam complicadas. Mas eu penso que a beleza, que na minha mente está mais relacionada com o sublime, é algo que nós não conseguimos resistir.

Sim, e é assim que nós somos convertidos a Cristo. Os olhos de nossos corações foram iluminados para verem a beleza de Cristo, e nesse momento, ele se tornou irresistível. É assim que a beleza divina e espiritual funciona. Ela se autentica. Ela “leva embora nossos argumentos”. Ou melhor: ela substitui todos os nossos falsos argumentos com um grande e verdadeiro argumento que não pode ser resistido.

É disso que 2 Coríntios 4.4-6 fala.

“O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.”(v4)

A “glória de Cristo” é a beleza de Cristo. É a radiante completude de sua pessoa – o impacto de toda a sua perfeição. A razão pela qual as pessoas não acreditam em Cristo é porque elas não vêem o que realmente está lá. É isso que significa ser “cego”. A beleza está lá para ser vista, mas somos cegos a ela.

Se nós a vemos, nós acreditamos. “A beleza é irresistível”. Se você resiste, você não viu Cristo tão belo quanto ele realmente é (1 João 3.6b). Então a maneira como somos convertidos é quando a cegueira é retirada. O verso 6 vai dizer “ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo”. Deus substitui a cegueira pela luz. A luz é especificamente a “glória de Deus na face de Cristo”.

E isso é tudo. Não há coerção após essa revelação. A luz é atrativa. Nós não a contemplamos e nos perguntamos se devemos acreditar ou não. E ainda estamos ponderando, nós não enxergamos ainda.

O poeta Stephen Dunn, tateando em busca de Deus, diz que a beleza “está relacionada ao sublime”. É “algo que nós não conseguimos resistir”. Sim, o sublime é encontrado em Jesus Cristo. E é a glória dele que é supremamente irresistível.

Que isso seja verdade em sua vida: reflita nele; seja permeado por ele; aponte para ele. Quando mais você o conhecer, e quanto mais você admirar a perfeição de sua beleza, mais você ira refleti-lo. Que haja cada vez mais milhares de reflexos da beleza de Jesus. E que seja dito sobre esses reflexos: “Ela nos rende. Leva embora nossos argumentos.”

Traduzido por Filipe Schulz | iPródigo