Semana passada, um dos melhores presbíteros com os quais eu já servi foi para a glória. Eu perdi um amigo querido. Isso me fez refletir sobre o que faz um presbítero ser bom. Claro, um bom presbítero preencherá as qualificações de 1 Timóteo e Tito 1. Isso é o fundamental. Ele deve ser um homem de caráter, de palavra e de oração. Ele deve ser hospitaleiro, não ser um amante do dinheiro, comandar sua família bem e ser marido de uma só mulher. Essas são apenas algumas das qualificações bíblicas. Entretanto, há qualidades que fazem um presbítero ser bom que vão além das exigências bíblicas. Aqui estão algumas que eu percebi ao longo dos anos:
Teológico, mas ardentemente prático: Ele conhecerá as Escrituras e deleitar-se-á na doutrina e na teologia contida na santa Palavra de Deus. E, ao mesmo tempo, ele saberá aplicar essas verdades das Escritura nas vidas a que ele servirá. Quando ele ministrar, aqueles sob seu cuidado não receberão futilidades. Eles não precisam ter PhD em teologia para se guiarem por suas advertências e conselhos. Ele é teologicamente preparado e ardentemente prático ao aplicar essa teologia.
Líder, mas um seguidor voluntário: As pessoas o procuram. Ele não usa algum sinal que lhe anuncie como um líder. Ele não chama a atenção nem exige que as pessoas o sigam, elas simplesmente fazem isso. Seu caráter e vida em Cristo quase exigem isso. Entretanto, ele está disposto a seguir aos pastores e aos presbíteros parceiros da igreja. Ele não precisa estar sempre à frente. Não é uma questão de ego para ele. Não é uma necessidade.
Digno, mas maravilhosamente acessível: Um presbítero tem um ar de dignidade ao redor dele. Ele é sério em relação à fé cristã. Ele sabe que a vida é curta e ele não a desperdiça. Entretanto, esse ar de dignidade não afasta as pessoas dele, mas as atraem a ele. Todos o consideram acessível. Ele é o tipo de homem que fará as pessoas se sentirem naturalmente compelidas a se assentarem aos seus pés, olharem para cima e dizerem: “fale-me das coisas de Deus”.
Ouvinte, mas um sábio interlocutor: Ele é tardio em falar e rápido em ouvir. Ele possui um ouvido discernente que consegue separar o que é importante do que é cotidino. Os outros sentem-se encorajados por seu ouvido cuidadoso. Entretanto, ele está disposto a emitir uma opinião se necessário. Ele não é silente. Quando sua voz é usada, ele não domina pela força. Em vez disso, ele persuade com pensamentos sábios.
Corajoso, mas pastoralmente cativante: Os pastores da igreja sabem que esse presbítero os dará cobertura. Todo presbítero na igreja sabe que ele é “companheiro de luta”. Ele não é intimidado pelas discussões duras, pelos conflitos difíceis ou pelas personalidades desafiadoras da igreja. Ele é um homem que se coloca na brecha. Mas não com arrogância. Ele não é um engajado relutante, mas ele é cativante. Ele não está procurando conflito, mas também não está fugindo dele.
Dogmático, mas flexível: Ele é uma rocha nas coisas não negociáveis. Ele não será impedido de ensinar as Escrituras. Entretanto, ele é flexível e capaz de conceder pontos aos outros quando lhe provam que ele está errado ou quando a questão não é de extrema importância. Nem sempre ele exige ou insiste nas coisas da forma que ele acha que é. Ele está disposto a se comprometer e até feliz em fazê-lo se o assunto não é algo central.
Vocacionado, mas conscientemente humilde: Seus dons são prontamente usados para servir o corpo. Ele está ciente de como o Senhor o vocacionou para o serviço na igreja. Por sua vez, ele também está consciente dos dons que ele não possui. Ele alegremente pede ajuda para outros pastores e presbíteros com mais dons que ele, independentemente de qual área de serviço possa ser.
Oficial, mas, primeiro, servo: Ele reconhece que o ofício de presbítero é um ofício. Ele tem um manto em seus ombros. Isso é uma responsabilidade e um privilégio. No entanto, essa não é uma posição pela qual ele busca dominar os outros. Ele reconhece que o ofício de presbítero é antes de tudo um ofício de serviço.
Voltado para igreja, mas amando as pessoas: Ele ama a igreja como um corpo. Isso tem peso em grandes decisões e o leva a pensar através de questões metodológicas e práticas da igreja. Elas lhe dizem respeito. Entretanto, isso tudo é feito por um homem que ama as pessoas. Ele ama a igreja, porque ele ama as pessoas que estão nela. Ele é capaz de ecoar o sentimento de Paulo quando o apóstolo disse à igreja de Filipos: “meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e minha coroa…” (Filipenses 4.1)
Leal, mas um exortador cuidadoso: Há uma disposição natural para ajudar seus pastores. Ele é inclinado para isso. Ele não tem uma mentalidade de vigia. Ele não procura erros. Entretanto, quando necessário, ele está disposto a desafiar seus pastores e os colegas presbíteros de maneira apropriada. Ele não segue cegamente.
Agradeça a Deus pelos presbíteros que ele chamou para servirem na igreja. Eu tive o distinto privilégio de trabalhar ao lado de um dos melhores homens que eu já conheci. Eles me desafiaram, exortaram, encorajaram e me moldaram. Meu amigo foi um dos melhores nisso. Vamos valoriza-los enquanto nós ainda os temos.