Quando o apóstolo Paulo ouviu que havia imoralidade na igreja de Corinto, ficou perplexo. A imoralidade era tal, que até a sensibilidade do mundo pagão seria ofendida — Há “quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai” (1 Co 5.1). Todavia, a admiração de Paulo se devia, em grande parte, ao fato de que a igreja tolerou isso como um símbolo de honra. A igreja havia distorcido de tal modo o significado do amor, que se orgulhava de aceitar tais pessoas. “Contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar…?”, exclamou Paulo.
Este episódio revelador na história da igreja primitiva, encontrado em 1 Coríntios 5, não poderia ser mais relevante.
Como disse Paulo: “Não é boa a vossa jactância”. A idéia de que algumas associações de cristãos professos conduz atualmente à luta em favor de uniões de pessoas do mesmo sexo, homossexualidade no sacerdócio e outras práticas que mitigam contra a pureza sexual e os laços do matrimônio certamente evocaria a justa indignação de Paulo, se estivesse vivo hoje.
A igreja não é um clube de voluntários formado de pessoas de qualquer convicção ou comportamento, uma entidade sem caráter, pronta a aceitar qualquer pessoa que deseja se unir no regozijo e excitação. É uma sociedade séria que possui limites. É para aqueles que foram vivificados por Deus, confessaram essa mudança publicamente, por meio do batismo, e estão comprometidos a andar em obediência e arrependimento todos os dias de sua vida. A igreja é uma união repleta de amor, não apenas de sentimentalismo — um amor que exige santidade (2 Tm 1.9; Gl 5.13; Rm 6.1).
Paulo apresenta uma lista dos limites da comunhão cristã nesta passagem. Entre os que a igreja deveria remover e com os quais não se deveria associar, estava “alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador…”
Então, o que devemos fazer quando encontramos imoralidade dentro da igreja? Não pode haver engano quanto à resposta:
* Seja “tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou”.
* Seja “entregue a Satanás”. (Isto significa: ao ser removido de seu meio, a igreja deixa tal pessoa no mundo e sob o controle de Satanás.)
* “Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros.”
* “Com esse tal, nem ainda comais.”
* “Expulsai… de entre vós o malfeitor.”
No caso de pecados tão notórios como a imoralidade, a disciplina da igreja tem de ser imediata e decisiva. Por quê?
“Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?” é a explicação. Quanto mais o fermento permanece em uma massa de farinha, tanto mais ele se espalha. Paulo usou a festa da Páscoa, do Antigo Testamento, para estabelecer seu argumento. Naquela festa, todo o fermento era removido dos lares, visto que era um símbolo do pecado. Paulo disse que o Cordeiro pascal havia sido imolado (ou seja, Cristo fora crucificado). Como igreja, devemos celebrar “a festa” (ou seja, viver constantemente em Cristo) sem o velho fermento da maldade.
Paulo defende apaixonadamente a pureza da igreja. Por um lado, exercer a disciplina é o melhor para a pessoa. É realmente a única atitude amável, neste caso. Permitir que o membro de uma igreja continue no pecado é semelhante a permitir que uma criança prejudique a si mesma e a seus irmãos, sem receber correção. Mas, por outro lado, exercemos disciplina porque Deus chamou a igreja à pureza.
Quando um frango está podre e cheio de vermes, você não fará o melhor se colocar um frango saudável na mesma sacola? É claro que não. O frango estragado e cheio de bichos sempre deteriora o saudável; nunca ocorre o contrário. Paulo escreveu na mesma carta: “As más conversações corrompem os bons costumes”.
Você têm caído neste velho problema da igreja de Corinto: orgulharse da tolerância indiscriminada? Um pastor disse: “Jamais consegui levar nossa igreja a disciplinar seus membros. Hoje, existem tantas pessoas imorais entre nós, que discipliná- las causaria um grande conflito”.
Esta mentalidade é exatamente a razão por que tantas igrejas são ineficazes em mudar a cultura e em trazer pessoas a um estilo de vida diferente.
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