A única esperança de purificação
“Um leproso aproximou-se dele e suplicou-lhe de joelhos: ‘Se quiseres, podes purificar-me!’” (Marcos 1.40)
Jesus despertava grande atração nos doentes. Cegos, paralíticos, leprosos. Doenças de todo tipo e gravidade. E como se não bastasse o sofrimento físico, muitas dessas doenças também os deixavam cerimonialmente impuros. Perdiam o direito de entrar no templo e outros lugares públicos. Ninguém podia tocá-los, sob pena de se tornarem impuros também. Viviam, portanto, marginalizados, completamente alheios à vida social, familiar e religiosa de Israel. O destino quase certo deles era viver como pedintes nas ruas. A liderança judaica os considerava amaldiçoados. Era uma vida solitária, dura e sofrida.
Jesus era a única esperança desses excluídos. A única chance de ter uma vida de verdade. A fama de Jesus corria por toda a região e muitos sabiam que algo de extraordinário estava acontecendo na história através daquele homem. Aonde Jesus ia, uma multidão a sua volta se formava. A doutrina e as curas de Cristo deixavam o povo maravilhado. E a partir do momento em que as notícias sobre aquele Mestre que ensinava com autoridade chegava aos ouvidos dos doentes, eles passavam a buscar uma oportunidade de se aproximar dele para implorar pela cura. Esse era o sonho de cada doente em Israel. Dormiam e acordavam pensando: “Será que terei pelo menos uma chance de chegar perto dele?”
O dia daquele pobre homem leproso havia chegado. Ajoelhado, ele mira os olhos de Jesus e diz: “Se quiseres, podes purificar-me!”. Ele sabia que sua vida estava nas mãos de Jesus. Movido por profunda compaixão (v. 41), Jesus toca o impuro e declara sua vontade: “Quero, fica limpo!”. Imediatamente a lepra desapareceu (v. 42). O reino de Deus estava entre os homens, e nenhuma doença ou demônio jamais ousou desobedecer à voz do Rei soberano desse reino. O poder da Palavra Criadora e Eterna que fez todas as coisas (Gênesis 1.3; João 1.3) é o mesmo poder que elimina o mal. O homem estava curado. Uma nova vida estava diante de seus olhos. A esperança foi ressuscitada no coração do leproso purificado.
Mas a cura física daquele homem nos lembra de outra realidade. Temos uma doença infinitamente mais grave que a lepra. Uma doença hereditária que se manifesta desde o nascimento. Uma doença mortal que afeta nossa vida e aqueles que convivem conosco. Afeta não apenas nosso corpo, mas cada parte de nossa alma. Uma lepra espiritual que destrói muito mais que qualquer doença na pele e tem consequências eternas. O pecado. E assim como a única esperança para o leproso era Jesus, do mesmo modo Ele é nossa única esperança de purificação da doença maligna do pecado. Apenas Ele pode olhar para nós com misericórdia e dizer: “Quero, fica limpo!”. O pecado não obedece à voz de mais ninguém. Jesus disse que “os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores” (Mc 2.17). Ele dividiu as pessoas em apenas duas categorias: os sãos e os doentes. Em qual grupo você está? Os “justos” não têm ouvidos para ouvir. Somente pecadores ouvem a doce e firme voz do Médico-Rei dizendo: “Quero, fica limpo!”, e são imediatamente curados.
Você se sente sujo por causa do seu pecado? Sua consciência tem o acusado? A culpa do pecado ainda permanece nos seus ombros? Não ignore esses sinais. Admita o pecado e seja curado. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça”. (1João 1.9). Faça como o leproso, ajoelhe-se diante dEle e suplique: “Se quiseres, podes purificar-me”. Ele pode purificá-lo. Lave-se no sangue do Cordeiro de Deus, e você ficará mais branco que a neve. Nada é mais libertador do que ser purificado por Jesus! Lembremo-nos hoje e sempre que, assim como o leproso, não temos poder em nós mesmos para sermos curados. Se você está purificado, isso se deve tão somente ao homem-Deus que um dia olhou para sua terrível enfermidade e, pela graça, disse: “Quero, fica limpo!”