Sou grato ao Sean Lucas por compartilhar, via Facebook, um excelente artigo de David Prince, “Will I Be Fully Accepted at Your Church as a Gay Man?” [Serei completamente aceito na sua igreja se eu for gay?”]. Ele respondeu dizendo que um homem gay certamente seria bem vindo para adorar na igreja. Ele seria recebido no rol de membros da igreja, por meio de uma profissão de fé em Cristo que incluísse o desejo de se arrepender de seus pecados. Ele também precisaria entender que a igreja considera a homossexualidade uma versão do sexo fora do casamento, um pecado a ser perdoado e uma tentação a ser resistida.
Prosseguindo, Prince afirma o ponto central, uma resposta que aponta para a natureza da membresia para qualquer pecados. Um homem gay será recebido plenamente em sua igreja? Ele responde: “se você quer dizer que deseja uma igreja onde qualquer comportamento seu seja afirmado e aceito na membresia, então a resposta é ‘não’”. Igrejas cristãs recebem homens e mulheres homossexuais assim como recebem qualquer outro tipo de homens e mulheres: por meio de uma profissão de fé em Jesus como Senhor e Salvador, incluindo uma disposição a se arrepender do pecado e viver de acordo com a Palavra de Deus.
Embora eu seja verdadeiramente grato pela sábia e útil abordagem do artigo, há uma afirmação nele que eu penso que merece ser destacada, devido à sua importância e seu uso frequente. Em determinado ponto, Dr. Prince afirma que um homem homossexual “não é diferente de um homem que luta contra desejos sexuais imorais heterossexuais”. Em resposta a essa afirmação provocativa, há algumas formas em que ela é verdade:
- Os desejos homossexuais e heterossexuais igualmente violam a Escritura (o Sétimo Mandamento, por exemplo);
- Os desejos homossexuais e heterossexuais precisam ser igualmente resistidos, conforme os conselhos da Escritura (fugir, fazer um pacto com seus olhos, etc.);
- Os pecados homossexuais e heterossexuais nos condenam igualmente, enquanto pecadores, e nos colocam sob a necessidade da obra redentora de Cristo; ambos são pecados que são expiados pelo sangue de Cristo em favor dos que creem;
- Pecadores homossexuais e heterossexuais são igualmente valorizados e amados na igreja, onde sua busca por santificação é incentivada e auxiliada.
Há, entretanto, algumas formas em que o pecado homossexual e o heterossexual (incluindo tanto o desejo quanto o ato) não são iguais. Em resumo, a Bíblia categoriza o pecado homossexual de forma diferente do pecado heterossexual. Embora ambos sejam contrários à lei de Deus, apenas a homossexualidade é contrária à natureza de forma que é inerentemente perversa e abominável.
Considere, por exemplo, o capítulo 18 de Levítico, que condena diversos comportamentos extremos. O capítulo começa com uma variedade de tipos de incesto: “descobrir a nudez” dos que são seus parentes. Isso leva a outra série: intimidade sexual durante a menstruação da mulher (v. 19), se deitar com a mulher do próximo (v. 20) e oferecer os filhos a Moloque (v. 21). A seguir, a proibição da homossexualidade (v. 22), seguida da proibição do sexo com animais (v. 23). Em outras palavras, a homossexualidade é biblicamente categorizada como um pecado extremo que é abominável. Levítico 18.22 diz “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação”.
Podemos notar que a lista de Levítico 18 envolve diversos atos heterossexuais. Mas eles são considerados abomináveis não pela natureza heterossexual, mas por causa das categorias sagradas que eles transgridem (família, o próximo, animais, etc.). Entretanto, quando se trata do pecado homossexual, é a própria coisa em si que é uma abominação: não por “com quem” é feito, mas em si mesmo é algo abominável. Diferente do pecado heterossexual, o sexo gay é categoricamente errado. Você vê a mesma postura em Romanos 1, pelo apóstolo Paulo. Atos homossexuais são chamados de “contrários a natureza” (v. 26) e “torpeza” (v. 27). Paulo fala de forma similar dos desejos homossexuais, dizendo que são “paixões infames” (v. 26) que refletem “uma disposição mental reprovável” (v. 28). Claramente, tanto em Levítico 18 quanto em Romanos 1, o pecado homossexual não é apenas como o pecado heterossexual.
Eu realmente aprecio uma abordagem à homossexualidade que afirma a pessoa como pessoa e encoraja o pecado com a graça do arrependimento e com o perdão em Cristo. Nenhum de nós deseja provocar uma ofensa desnecessária ou erigir barreiras inúteis quando se trata de levar o evangelho aos gays. Ao mesmo tempo, nosso dever para com Deus requer de nós que sejamos biblicamente corretos e evitemos dar um encorajamento falso. Com esse fim, creio que devemos evitar dizer que “o pecado homossexual não é fundamentalmente diferente do pecado heterossexual”, já que ele é, pelo menos em alguns aspectos importantes.
E é aí que podemos apontar para a característica mais importante que a homossexualidade compartilha com outros pecados: ela pode ser lavada pelo sangue de Cristo. É depois de ser completamente honesto a respeito do ensinamento da Bíblia nesse assunto que podemos oferecer a salvação do evangelho ao homossexual. Falando de tais pecados, Paulo afirma que “tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Coríntios 6.11).