“E o nosso filho?” “E a nossa filha?” Como pastor, há conversas que eu rotineiramente tenho com os membros da minha igreja. Uma das interações tenho regularmente ao longo dos últimos anos começa com um dos pais cristãos, ou ambos os pais, aproximando-se com olhares cabisbaixos. O desânimo, e muitas vezes até mesmo o desespero, são aparentes nos seus olhares. As primeiras palavras são ou “Pastor, você poderia orar pelo nosso filho?” ou “Pastor, que conselho você nos daria para a situação do nosso filho?”. Aí eles continuam explicando que o filho, agora adulto, deixou a fé. Com angústia nas palavras, detalham como eles o criaram na fé: a criança esteve na escola dominical todas as semanas, participou da adoração comunitária e fez parte do grupo de jovens. E, algumas vezes, eles me dizem que o filho era um modelo de virtude e parecia amar o Senhor nos anos da adolescência. Seus pais não foram reservados ao compartilhar a fé com seus filhos em casa e eles tentaram rodeá-los com amigos bons e piedosos. Mas agora, tristemente, seus filhos rejeitaram a Cristo. Eles estão vivendo uma vida de incredulidade e seus pais estão cheios de pesar.
O que deve fazer um pai cristão de um filho incrédulo na fase adulta? Eu geralmente ofereço três encorajamentos pastorais: lembre-se do passado, ore no presente e tenha esperança no futuro.
Querido pai cristão, primeiro você precisa lembrar do passado. Você passou anos plantando a semente da verdade da palavra de Deus na vida do seu filho. Você os ensinou a Palavra de Deus, orou por eles, os trouxe à igreja semana após semana, e os direcionou à Cristo através das suas conversas e ações. Você fez isso perfeitamente? Não. Quem o faria? Mas você plantou as sementes da verdade. E Deus diz que a Sua Palavra não volta vazia (Isaías 55.11), é viva e eficaz (Hebreus 4.12) e traz salvação aos que a ouvem (Romanos 10.14). Estas sementes da verdade clamarão a eles até o fim de suas vidas. No presente, você precisa lembrar de toda a verdade que eles encontraram no passado e confiar que Deus agirá pelos Seus meios determinados.
Segundo, ore no presente. Vários pais tem me perguntado como eles podem continuar chamando seus filhos à fé e ainda tratá-los como adultos. Eu os digo para aproveitarem momentos e compartilhar pequenas verdades do Evangelho aqui e ali. Nem toda conversa precisa ser um sermão evangelístico, mas um pensamento ou uma verdade bem colocada pode ser inestimável. Isto é necessário e bom, mas tão importante quanto é a oração contínua e fiel. Não pare de pedir ao seu Pai Celeste para ouvir e responder sua oração. Como a viúva persistente, continue orando até a petição ser realizada (Lucas 18). Recrute amigos, presbíteros, e seus pastores para orar pelos seu filho. Faça disso a oração que você ora quando desperta e quando se deita, porque as orações do justo muito podem (Tiago 5.16). Suas orações agindo, com a Palavra do Senhor plantada no passado, podem ser precisamente os meios pelos quais seu filho ou filha será convertido.
Terceiro, esperança para o futuro. Não desespere. Confie em Deus, tenha esperança, e ore para que se voltem para Ele. Estão eles muito longe? Claro que não! Nunca permita que o nosso adversário semeie tais sementes de dúvidas. Não importa quão grande seja o pecado deles, não importa quão duro o coração, não importa quão firme a sua determinação, não importa quão estridente as suas línguas, o nosso Senhor pode operar o milagre da conversão num piscar de olhos. Creia e espere que o Senhor pode e fará a obra. Parece sem esperança? Parece impossível? Bom, eu tenho boas notícias, nosso Deus é um Deus especializado em coisas aparentemente sem esperança e impossíveis.
Querido pai cristão, sua provação é grande, mas o seu Deus é ainda maior. Ele não é cego para com a sua angústia e Ele não ignora as orações dos Seus filhos. Que Deus possa ouvir o clamor do teu coração, responder, e operar na vida do seu filho. Que Ele tome o seu filho e o faça um filho Dele próprio. Ele é digno da nossa confiança, derrame o teu coração diante Dele (Salmo 62.8).