Tornar-se um cristão é uma enorme demonstração de poder, de várias formas. Quando um indivíduo confia em Cristo para ser reconciliado com Deus, coisas grandes acontecem. O senhorio de Cristo é alegremente abraçado. Os joelhos da alma são ansiosamente dobrados. A culpa é instantaneamente removida. A Bíblia é vorazmente inalada.
E a mostra mais gloriosa deste “golpe de estado”, Deus o Espírito Santo estabelece sua residência na alma. Ele é um grande dom, essencial ao nosso bem-estar. E à medida que ele coloniza nossa alma, ele começa uma tempestade na nossa cidadela do pecado. É uma luta, mas há vitória. O Espírito vem para destruir a fortaleza da carne.
“Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.” (Gálatas 5.17)
O verdadeiro poder do Espírito é demonstrado ao identificar a carne, atacar a carne e subjugar a carne. É o que o Espírito faz. Batalhas acontecem e, infelizmente, a carne algumas vezes parece prevalecer, mas a longo prazo, o Espírito drena a vitalidade da carne.
Uma das grandes demonstrações do poder do Espírito é como nós respondemos quando nosso pecado é apontado por outros. Costuma ser doloroso, mas por meio da necessária investigação de outras pessoas, o Espírito trabalha para identificar e crucificar o pecado remanescente.
“Os ouvidos que atendem à repreensão salutar no meio dos sábios têm a sua morada. O que rejeita a disciplina menospreza a sua alma, porém o que atende à repreensão adquire entendimento.” (Provérbios 15.31-32)
Os dias em que nossa carne protege, promove e desfila a si mesma vão aparecendo cada vez menos. O Espírito Santo é bom demais para permitir isso. Poderoso demais. O Espírito Santo é vivo. Ele nunca “tira um sabático” da alma. Novamente, acontecem batalhas. Raramente são limpas. Mas o Espírito nunca vai balançar a bandeira branca para a nossa carne.
Então, se não conseguimos ter o pecado confrontado e não sabemos responder em genuína humildade à confrontação, é um sinal em potencial que nós não temos o Espírito Santo.
“O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura. ” (Provérbios 29.1)
“O escarnecedor não ama àquele que o repreende, nem se chegará para os sábios.” (Provérbios 15:12)
Não estou dizendo que a pessoa não é cristã se ela às vezes luta para responder humildemente quando é confrontada em seu pecado. Porém, se habitualmente respondemos de forma carnal quando temos nossos pecados confrontados, seria difícil concluirmos que somos habitados pelo Espírito Santo. O Espírito Santo não é como um goleiro tentando livrar-nos de tomar boladas de investigação sobre os pecados de nossa alma. É bem o oposto disso.
“Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar.” (Romanos 8.6-7)
“Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.” (Romanos 8.13)
O Espírito Santo não é mais amigável à carne do que um guepardo faminto é amigável amigável a gazelas. Como as gazelas, a carne está muito bem em um grande campo sozinha, pastando, trotando e se divertindo. Solte o felino faminto por lá e coisas acontecem. O guepardo vai ter que correr, caçar e se esforçar, mas vai subjugar. É o que guepardos famintos fazem. Agora, se a gazela nunca for subjugada e continuar trotando livre, leve e solta, não podemos concluir que há um guepardo no campo com ela. É assim com nosso pecado e com o Espírito.
Subjugar a carne é uma façanha realizável apenas pelo heroísmo do Espírito Santo. Para apreciar o poder do Espírito, considere alguns contrastes entre uma resposta espiritual e uma resposta carnal à reprovação.
Ao receber reprovação ou censura legítima:
- Nossa carne defende a si mesma, à sua glória e às suas palavras, às custas de Deus e dos outros. Pelo Espírito, porém, nós defendemos a Deus, a glória de Deus, a palavra de Deus, com prejuízo de si mesmo.
- Nossa carne fica mais chateada por alguém ter tido coragem de apontar nossas falhas e pecados. Pelo Espírito, ficamos mais chateados por termos ofendido a Deus e pecado contra outros.
- Nossa carne analisa meticulosamente nosso próprio comportamento, procurando por evidências de nosso sucesso moral, e levantando essas evidências diante dos outros para mostrar que quem está nos confrontando está errado. Pelo Espírito, nós humildemente procuramos evidências de nossa própria falha moral, e levamos essas evidências diante de Deus e dos outros mostrando que temos aquele pecado específico e, assim, necessitamos grandemente de Cristo.
- Nossa carne frequentemente clama estar confusa quando nosso pecado é apontado, sendo incapaz e/ou não querendo ver nosso próprio orgulho no fundo do coração, e usa a própria neblina espiritual para tirar o foco para outros assuntos. Pelo Espírito, experimentamos clareza quando nosso pecado é indicado, e estamos capazes e dispostos a ver nosso pecado/orgulho, e identificá-lo e confessá-lo, sem ficar tentando mudar de assunto.
- Nossa carne pode dizer que é pecadora, imperfeita e necessitada de Cristo, mas quando precisa dar um exemplo específico, não vai querer ver ou abraçar a verdade, e vai oferecer desculpas insinceras e superficiais. Pelo Espírito, dizemos que somos pecadores, imperfeitos e necessitados de Cristo, e quando precisamos dar exemplos específicos, estamos dispostos a vê-los e abraçá-los, genuinamente reconhecendo nossa própria falha.
- Nossa carne vai aprender como responder ao pecado apontado com desculpas superficiais e manipulativas, sem ter nenhum sofrimento piedoso em relação ao pecado. Pelo Espírito, responderemos ao pecado apontado com confissões sinceras e de coração e pedidos de perdão por pecados específicos.
- Nossa carne quer discutir sobre palavras quando suas falhas são apontadas. Pelo Espírito, porém, podemos ver diretamente a questão, dispostos a confessar sinceramente nossas falhas e pedir perdão.
- Nossa carne vê a si mesma como excelente, procura por exemplos específicos pra provar que é excelente, e se orgulha. Pelo Espírito, vemos a nós mesmos como miseráveis no coração, com exemplos específicos de nossa miséria para confessar, e assim somos humildes.
- Nossa carne, se reconhecer as falhas, vai fazer isso com o objetivo de diminuir a pressão sobre si mesma e se livrar das pessoas que estão acusando, a fim de parecer bem e manter uma imagem pública. Pelo Espírito, porém, nós reconhecemos as falhas em uma tentativa de nos reconciliarmos com os outros para manter a imagem pública de Cristo.
- Nossa carne vai mudar de abordagem, após a reprovação, de forma a apaziguar a pessoa; para manipular o indivíduo para que ele não “entenda as coisas do jeito errado”. Pelo Espírito, nós mudamos de abordagem, após a reprovação, em gratidão pela paz que temos com Deus por meio de Cristo, com o objetivo de servir os outros em nosso comportamento.
- Nossa carne vai expressar tristeza pelo pecado somente porque foi pega e por isso passou a ser menos aplaudida pelos outros. Pelo Espírito, porém, experimentamos tristeza pelo pecado porque desonramos a Cristo e falhamos em amá-lo.
- Após a reprovação, nossa carne experimenta alegria como um resultado das pessoas parando de nos acusar e como resultado de descobrir como obter a aprovação dos outros de novo. Pelo Espírito, experimentamos alegria como resultado de revelar e confessar nosso pecado, e consequentemente pensar, viver e adorar de uma forma agradável a Cristo.
- Nossa carne experimenta paz após a reprovação quando nós aparentamos retidão externamente e podemos voltar aos holofotes do louvor das pessoas de nossa subcultura. Pelo Espírito, experimentamos paz após reprovação, sabendo que, apesar de merecermos o inferno por causa do nosso pecado, Cristo nos ama, sofreu nossa pena, por isso temos paz com Deus.
- Nossa carne busca diligentemente alinhar comportamentos externos e palavras às pressões sociais das pessoas. Pelo Espírito, entretanto, procuramos diligentemente submeter nossas crenças, doutrina e ações ao Espírito.
- Nossa carne permanece com uma trave em seu olho. Pelo Espírito, embora frequentemente acumulemos traves em nossos olhos, eles são removidos por meio do arrependimento.
Não vamos subestimar o poder do Espírito Santo em nossas vidas, especialmente quando falamos de tirar o pecado do trono. Uma das grandes vantagens deste espetáculo sagrado é quando nossos pecados são identificados durante a reprovação ou censura. Quer seja no momento da salvação, ou nos muitos momentos de santificação, uma das grandes amostras dos músculos do Espírito é quando ele nos permite ver, odiar e abandonar nossos pecados e, em humildade, nos voltarmos para Cristo. E se você se encontra constantemente na categoria da carne, clame a Cristo por misericórdia e perdão, pois você receberá o grande dom do Espírito Santo, que dá vida e luz.