27 de outubro, uma data importante para mim.
Naquele dia, muitos anos atrás, eu era um jovem caminhando sozinho sob um céu estrelado em minha cidade natal, Biloxi, no Mississippi. Eu estava lutando com quem eu era e com o que minha vida significava. E ali, olhando para o firmamento do espaço lá em cima, eu cri em um Estranho da Noite para que me perdoasse, e que me levasse para onde quer que Ele quisesse. O Evangelho não era novidade para mim, e os ensinamentos de Jesus não eram novos para mim. Participei durante anos e anos de Escola Dominical e de Escolas Bíblicas de Férias. Mas, de alguma forma, Eu sabia naquele momento que o ponto central de todas essas coisas era verdade: o Evangelho. Era como se eu ouvisse uma voz.
A razão pela qual eu escrevo aqui é porque a minha história não nada típica como as histórias da maioria dos cristãos que conheço, e muitos se sentem culpados por isso. Muitos acreditam que, se realmente abraçaram o Evangelho, eles deviam ter um momento, uma data, no qual eles passaram do reino das trevas para o reino da luz.
Às vezes nossas igrejas reforçam esse mal entendido. Pregadores falam sobre a certeza da salvação como se fosse lembrar-se de uma experiência passada, e fazem uma autópsia mental acerca da sinceridade disso. As pessoas que permitimos que dêem testemunhos em nossas igrejas e em nossas publicações todas parecem ter um conto dramático para contar.
Não é disso que o Evangelho fala.
Em nossa cultura, nós valorizamos muito os aniversários. Outras culturas não. Eu poderia perguntar agora, “quando você nasceu” e você provavelmente me diria o mês, o dia e o ano. Mas como você sabe disso? É porque havia pessoas lá, normalmente seus pais, que lhe passaram essa informação. Você não se lembra de emergir de dentro da sua mãe (o que provavelmente é uma coisa muito boa).
Outras pessoas, em outras culturas, antigamente, não reconheciam datas, mas estações. Eles podem não saber o dia no calendário semanal ou qual ano no calendário solar que eles nasceram. Mas eles questionam se estão vivos? É claro que não. Como você sabe que você, de fato, nasceu? Você olha e vê que está vivo… agora.
Não foi acidentalmente que Jesus compara a entrada no Reino de Deus com o nascimento físico. É uma espécie de impotência que experimentamos na biologia e na história do nosso nascimento. Ninguém pode se gabar de um parto fácil. Ninguém pode se sentir culpado por ter provocado uma cesariana. O importante é que você está aqui.
A mesmo vale para o Evangelho. Alguns de vocês foram levados a Cristo repentina e dramaticamente. Sua vida anterior como prostituta, alcoólatra ou contrabandista deu lugar a uma direção completamente diferente como um discípulo. Dessa forma, sua situação é bem parecida com a do Apóstolo Paulo. Outros como você, apesar de verdadeiramente salvos algum dia, não sabem identificar exatamente quando. Sua memória é de uma lenta transformação do Evangelho, e você não pode necessariamente apontar quando exatamente quando se converteu. Sua situação soa parecida à de Timóteo, discípulo de Paulo. O ponto do Evangelho não é comemorar uma experiência; é acreditar em um homem que foi crucificado, ressuscitou, e agora reina em sua vida.
É importante marcar datas como forma de inspiração para gratidão. Se você sabe quando conheceu Jesus, marque seu Ebenézer, seu memorial, e seja grato. Se não, seja grato pela vida em Cristo e marque outras datas quando Ele se mostrou fiel e real a você.
A questão crucial não é se você se lembra quando o Pastor te puxou para fora do arbusto espinhoso. Talvez você não estivesse nem muito consciente. O ponto fundamental é se você ouve a Sua Voz, talvez em algum lugar lá fora, no escuro, chamando-o.